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OBEREKANDO

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UMA ANJINHA CHAMADA DONA ANA FLAUZINHO DA CRUZ

Sorriso sempre de acolhimento, mãe de sete filhos, conta sua linda trajetória

“Cada um que nascia, a mãe, rezava no ouvido da criança, para ficar devoto de Deus e de Nossa Senhora! Nascia... na hora, ela já cochichava no ouvido do neném!”

Uma alegria, a terceira entrevista do Caderno Especial de Natal!

Dona Ana Flauzino da Cruz Santos, de 16 de março de 1936, completará 90 anos em 2026! Se temos em todo canto da cidade, a alegria e o emanar da fé, dos Cruz e Flauzino, o Bona Vila, conta com ela!

Perguntada pelo Oberekando, qual a receita ou razão, para ser tão amada por toda Telêmaco, ela devolve, a mesma pergunta, num sinal de humildade: “Mas a senhora não sabe porquê? Mas um diz a senhora é isso, a senhora é aquilo. Falam, a senhora tá no céu. O padre Egídio, quando eu curei do câncer, eu conversei com ele lá no repouso que ele estava (...) ele falou ‘a Santa Ana vai na frente e eu vou atrás!’, e ele foi primeiro!”. Disse que tem amor nas pessoas. Lá no Socomim, eu com sete filhos, meu marido morreu: o menor com cinco anos. O Jaime que é o rapaz, com 14, o João, com 11, o Cicero com 7, ia completar 8”. Ela disse que vive numa situação de saúde e nem sabe falar pro médico, qual seria o problema, “e eu chego lá o que que eu vou contar, se dói tudo?”. Quanto a ser querida, disse que o padre Melo a perguntou, ‘nessa idade e tá assim? Porque? Respondeu: “Porque eu tenho Deus, e o meu povo, e a amizade. Aonde vou encontro amizade. Alegra com isso! Vive!”. Ela saiu de oito dias de internação, recentemente, e comentou que não tinha mais veia para se aplicar injeção, e aplicaram no pé! “Eu olhava na Cruz, em Jesus Cristo!”. Essa internação, foi preparação para cirurgia que fará! Disse que as mulheres choravam de a ver internada, e as netas então...  Falou que pede a Deus que se ele quer a curar ou a levar! “Eu vou completar 90 anos agora, em 16 de março!” Respondeu que está assim, porque tem Jesus, e a Mãe, Nossa Senhora, e o povo!

Quando morreu o esposo, Ana foi morar perto da mãe dela, e onze meses depois, perde a mãe! Ela tem e teve no coração, um conselho de sua mãe, e que levou para a vida: “Você peça, mas não deixe os seus filhos passarem fome!”. Ela tem gratidão ao lembrar que o falecido Dr. Arnaldo cuidou do esposo dela. Três anos depois, veio a falecer, de infarto. Neste sentido, Ana costurava, pintada pano (artesanato), e se esforçava ao máximo, pela criançada, também sendo diarista!

Por algumas vezes na entrevista, este jornalista a chamou de Maria, e feita a brincadeira, pelo lapso, citou o Oberekando, que ela estava muito bem, porque Ana, a avó de Jesus, e Maria, a mãe, foi quando lembrou que tem um bisneto chamado Joaquim!

 

FAMÍLIA

Além de dar uma filha ao trabalho da igreja, ela tinha também uma irmã, que faleceu aos 54 anos, e era freira.

ANA TEM 7 FILHOS, 11 NETOS E 14 BISNETOS! EIS A GENEOLOGIA:

Viúva de José Batista dos Santos, ela é filha de Geraldo Barnabé da Cruz e Ana Flauzino Cruz. Os irmãos de Dona Ana são: Maria Aparecida, Osório, José, Benedito, Carmelina, Pedro, Manoel, Geraldo, João Bosco, e Jordão!

OS FILHOS:

- MARIA

- TEREZINHA, que é casada com Mário, e tem os filhos ALEXANDRE (que é pai de Ana Rafaela, José, Maria e Joaquim), FRANCINE (que é casada com Juliano e tem a filha Beatriz), THIAGO (que é casado com Bianca e tem os filhos Maria, Judite, Raquel e Miguel), e DEBORAH (esposa de Kauê, e mãe de Enzo).

- JAIME, que é casado com Cláudia, e tem os filhos LUIZ FERNANDO (que tem os filhos Marya Clara, Ana Lívia e Jade), ANA KÁTIA (que é esposa de Luan e tem a filha Cecília), e JOÃO PEDRO

- LÚCIA

- MADALENA

- JOÃO, casado com Meg e tem a filha Estefani.

- CÍCERO, que tem a filha Thayna.

- REGILAINE MARIA CARDEAL, filha de criação, e amada tal qual as demais, que é mãe de Heloisa e Lucas, e casada com Edson.

 

QUEREM POR TODA LEI, QUE A VÓ FALE QUEM É A NETA(O) PREFERIDA (O)

Claro que é uma forma fofa de subtítulo, mas, a grande questão e que na verdade, todos querem a resposta, e que seja favorável a cada um que pergunta... qual o neto, ou bisneto preferido! Na verdade, na maioria dos casos, esse é um segredo que se guarda à sete chaves, porque o discurso pacificador, é que ‘amo a cada um, igual’, mas ela confidenciou, com alegria, que a neta de 20 anos, fala com carinho... “Sou eu...sou eu, vó!”! Com sabedoria a entrevistada disse que responde que ama “cada um de seu jeito, pois o dom que Deus deu pra um, não foi para os outros!”. Um fato lindo, “essa uma (citada acima) pegou... eu gosto de queijo! ‘Eu vou trabalhar vó. Eu vou achar emprego e vou trabalhar, e eu vou dar... o primeiro pagamento meu eu vou comprar um queijo para a senhora! Chegou, achou serviço, tá até hoje trabalhando, e o primeiro pagamento o meu é pra senhora... eu vou comprar queijo!”. Ela, a Estefani, filha de João! Ela, fez isso!

 

A INFÂNCIA

“Desde os oito anos sob a religião, nós já acompanhávamos a mãe para rezar terço”, isso, na paulista cidade de Martinópolis, perto de Presidente Prudente. Aí chegou com 14 anos para Paranavaí. Na verdade, ela nasceu em Quatá, e seus pais, junto com sua irmã mais velha, vieram para o Paraná, e depois, foram à Martinópolis! Fez questão de encontrar, mesmo que pela televisão, nem tanto a Quatá de seu nascimento, mas, a Igreja Santo António, aonde foi batizada. Este sacramento foi de rapidez pela mãe, também dona Ana, pois a ‘filha’ Ana, teve desidratação, e batizá-la, era muito importante!

No decorrer da infância, lembrou que, morando em Bandeirantes (PR), tinha 9 anos, cortava cana para a usina, mas, iam rezar terço na casa dos vizinhos (diga-se de passagem, as casas eram longe uma da outra). Acordar ela, e seus irmãos, às 6 horas da manhã, era sagrado, pois a mãe no sábado, com eles, rezava o Ofício à Nossa Senhora. Foi impossível não fazer a pergunta quanto a um fato que decorre em muitas famílias, das mais antigas (e não diferente da deste jornalista que escreve aqui), se na hora do terço, por vezes, - e Deus perdoou, pois eram crianças, com coração puro -, acontecia de algum deles, puxar risada e que ‘contaminava a todos’ pois não conseguiam parar! “Demais”, a resposta!

O SINAL DA FÉ E AS BÊNÇÃOS DESDE O NASCIMENTO: “Cada um que nascia, a mãe, rezava no ouvido da criança, para ficar devoto de Deus e de Nossa Senhora! Nascia... na hora, ela já cochichava no ouvido do neném!”.

Quando nasceu Pedro Cruz (que inclusive emprestou o nome ao Complexo Esportivo do Jardim Bandeirantes), ela já tinha 14 anos, e vendo tal cena, perguntou à sua mãe, que carinhosamente, e muito devota, a explicou. Os pedidos e orações, se estendiam à Sagrada Família.

Tentado roubar alguma informação quem, dentre os irmãos, era o mais arteiro, ela foi camarada, e disse que arte, não, mas que eles por vezes pegavam o dinheiro que era para ela comprar ramona (grampo de cabelo) para comprar sorvete! Esses trocadinhos vinham de uma última limpa da colheita de café, que as crianças (eles) conseguiam extrair um dinheirinho a mais, até de pessoas que davam a eles, o que sobrou, dos grãos de café, que eles moíam e faziam o processo...e o pai deles negociava para eles! José, que estava indo pra escola, era o tal que aproveitava do sorvete! Ele, querido e já falecido, o sempre pai de Cida Cruz, e irmãos! Já, confessou, Osório (padrinho de consagração deste que aqui escreve), não queria que a irmã casasse, e usava o seguinte argumento: “Você não tá passando fome!”.  Fica fácil entender... tratava-se de um irmão querido e protetor!

 

UMA FAMÍLIA DE VOCAÇÕES

Um fato interessante se deu, quando foi falado na vocação religiosa, pois além da sua irmã, sanguínea, Carmelina – que serviu à igreja por 32 anos, sua filha Madalena é freira (e que estudou junto com este jornalista, no Costa e Silva, na infância). O que veio, lá na juventude da entrevistada, no início da vida adulta, chamou muita atenção:  Uma procissão de Folia de Reis, mudou o curso da vida dela, que estava preparada para também ir ao convento! Eis que um dos componentes, que tocava violão, chamou atenção dela, e a resposta do Sim, à vocação religiosa, acabaria mais tarde, sendo um sim ao sacramento do Matrimônio.

Ainda fez o seguinte: “E eu falei para São José... o que é que eu faço? Será que eu digo sim, ou não?”, seja para a vaga no convento, quanto ao namoro! Outra preocupação era não ter condições financeiras para se preparar para ir para lá, no que as freiras responderam: “A pobreza não vai impedir a senhora de vir pro convento!”. A princípio ela iria para Cornélio Procópio, mas mudaram a formação para Maringá, “perto de Paranavaí”, observou Ana. Outra situação... “Só tinha eu (de menina), e a mãe ia ficar só com a piazada!”.

“Nunca dancei um baile, casei com 23 anos, e ai conheci ele!”.

Devido ao trabalho que fazia na roça, o namorado uma vez falou: “Vou te tirar dessa quiçaça!”, pois era bem pesada a jornada. Ela, no canavial, ajudava a abastecer as pessoas, aos trabalhadores, com água, e andava sempre com uma cabaça de água. Sua profissão era chamada de bombeira!

 

QUAL O PRESENTE, DO TEMPO DE CRIANÇA, QUE A SENHORA NUNCA ESQUECEU?

“Pra nós, o tempo de criança, era boneca! Pegava do milho... muita gente fazia boneca, do cabelinho da boneca, do milho! Uma brincadeira do pai dela, uma vez foi à cidade e comprou duas bonecas, mas entregou primeiro à irmã dela, pois, de forma carinhosa, gostava de a ver achando que foi esquecida: “Ele insultava para ver eu chorar!”. Lembra ela também ter ganho um tamanquinho. Inesquecível, em uma Quinta-feira Santa, foi quando o sapato da irmã, que estava quase às vésperas de ir pro convento, quebrou, e um dos irmãos pegou um martelo para arrumar, pregar, e a mãe, escutou de longe, e como era Semana Santa, mandou parar, e ela respondeu: “Só se eu não ir (na celebração)... não tinha outro!”. Eram aqueles tempos em que se um chinelo arrebentasse, preguinhos ou arames, eram solução imediata para o conserto!

Ao dar conselho para adolescentes, em alguns comportamentos arredios, quanto à família, namoros, disse que “tem que olhar para frente, na vida, porque os pais fazem tanto pelos filhos, que faz até o que não pode as vezes, né?”. Chamar pais ‘de você’, ela acha muito diferente, pelo respeito que tem que haver, e a honra a eles!

NATAL INESQUECÍVEL: “Quando a gente era criança! A vó fazia presépio, a mãe também! Dia de Santa Cruz levantava Cruz no terreiro”, e da mesma forma no São João, São Pedro e São Paulo, e Santo António, “e meu vô fazia fogueira!”. Lembra que os avôs davam foguinhos de artifícios, como traques e outros, para a diversão dos netinhos!

Ao pedir que ela deixasse uma mensagem de Natal aos que estão seguindo a entrevista, mais um momento de fofura: “Eu quero deixar essa mensagem de Natal pra Fátima (Ribeiro), da Rádio, para lembrar que eu estou viva ainda! Passei mal, o povo já correu comigo, já choraram, pensaram que eu ia terminar. Os netos então, olhavam no celular, eu estava chorando e eles também!”. Nunca choro, quase, é só como vocês estão vendo aqui, agora. Com essas visitas então, eu estou animando cada vez mais, com oração de cada um!”. Tocante, continuou: “Tô passando uns apuros com minha saúde, mas tem tanta coisa pra gente lembrar, que a gente não se lembra da dor! A dor, Maria, Jesus, tudo passou na cruz, por nós, então tô entregando o dia-a-dia, para Jesus tomar conta de nossa cidade, Telêmaco Borba. Eu amo aqui, porque aqui que eu criei meus filhos. Jesus ama vocês, todos os telemaco-borbenses, e também agora, com o Oberek junto com nós, ajudando eu a relembrar de meu passado, desde criança!”. Ela vê que tem esse incêndio (de fé), porque ao ser batizada, sua mãe levou como madrinha, além dos padrinhos que eram os tios dela, também, Nossa Senhora!

“FELIZ NATAL, DESEJO DE CORAÇÃO, EU VOS INCORRO EM MINHAS ORAÇÕES. QUE AO CORRER DE TODOS OS DIAS, DEUS NOS DÁ, PAZ E ALEGRIA. NATAL É VIDA, NATAL É LUZ! FOI NO NATAL, QUE NASCEU JESUS! AMÉM!”, discorreu Don Ana, em verso-oração!

Ela foi catequista, trabalhou na Pastoral da Criança, na Promoção Humana e ministra da Eucaristia! Uma vida, sempre à serviço da igreja, e ao Reino de Deus!

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RELEMBRE:

GERALDO CRUZ E SELMIRA E O NATAL: O casal é ícone de bondade e fé, e marca do Socomim

COM ALEGRIA, A IRMÃ MADALENA BATISTA DOS SANTOS: Freira, celebrará neste dia de Ano Novo, seus 25 anos de vida religiosa

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TAMBÉM NO CADERNO ESPECIAL DE NATAL 2025:

DR. ARY NUNES PEREIRA DEIXOU MARCAS EM TB. Delegado, agora aposentado, abriu o coração, falou da profissão, família e fé em Deus

MAGNO E O AMOR PELA SONORIZAÇÃO: Da AS Sonorização, trabalha com o tio, Barbosa

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