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BARBOSA DO SOM, A SAGA CONTINUA...
BARBOSA DO SOM, A SAGA CONTINUA...

A continuidade na trajetória na música e incentivo aos novos artistas

2024-03-21 às 08:45:40) A terceira entrevista do Especial 60 anos de Telêmaco Borba é com António Aparício dos Santos. Como pudemos conferir no Caderno Especial de Natal 2023, trata-se de Barbosa do Som. Seu legado à cidade na área da música foi tamanho, que eis a parte dois, desta conversa! (CLIQUE AQUI E ASSISTA A PARTE 1)

Após os Rebeldes, que encerrou suas atividades em 1968, do que viria, lá estava Barbosa!

“Quando eu saí dos Rebeldes, fiquei dois anos sem trabalhar com música. Aí, um conjunto de Harmonia, Os Corujas, que existia na época dos Rebeldes...eles se apresentavam lá, e a gente aqui... uma vez a gente trouxe eles para se apresentarem no cinema, no show dos Rebeldes! Ai, um dos elementos, em 1970, saiu para ir pro quartel, e não era aqui em Ponta Grossa, mas sim, no Rio! - Ele não podia ficar no conjunto, e lá, é um ano sem vir!- Aí o Bené, que tocava guitarra, me conhecia, e me convidou pra mim fazer parte”. Ele que sempre esteve nesta arte, sim, aceitou! Isso, de 1970 à 1974. Os ensaios eram em Harmonia, na casa de Pedro, e os componentes eram o entrevistado e Bené, na guitarra, o Jarra, irmão de Bené, no baixo; e os vocais, Roberto e Pedro, que eram irmãos. Tocar em Jaguariaíva, Castro, Piraí, Venceslau, Lagoa, e todo mês em Tibagi, eram algumas das agendas. A saída do tecladista, em 2004, foi momento de repensar, pela essencialidade dele, pois o repertório, explicou, “era pra baile. Show você até faz, mas baile não pode ficar sem tecladista”.

Isto fez, um ano depois, que eles voltassem com o New Pop Som! Na verdade, inicialmente, New Pop, mas o complemento no nome, fora sugestão do amigo Cesar Santos. Ele, inclusive, que não fez parte da foto oficial, porque não residia em Telêmaco, constantemente. 

Com esta formação, os dois contratos com o CAMA (Clube Atlético Monte Alegre) no ano, que constava de cinco ou seis saraus (bailes no formato discoteque, mais para jovens)!

“Os bailes bons mesmos, foram na época de 70 e 80, depois começou a acabar”. Os bailes que deixaram de existir depois dos anos 80 foram os de debutantes e de Reveilion, disse Barbosa. Depois de 85, percebeu que os bailes foram diminuindo: “Não sei o que aconteceu, se foi a situação que ficou ruim, porque naquela época, se você quisesse dançar, você teria que ser sócio de um clube”. A rigidez na exigência do vestuário, já colocado no convite, não aceitava carteirada! Ou se vestia conforme o que se determinada, ou nem adentrava aos recintos! E também, eram muitos sócios, e eles compravam a mesa completa e vinham todos os familiares. O advento das discoteques em Telêmaco, como Dalcol, Skina Club, dentre outros, podem ter sido determinantes para esta nova fase, sem aqui, tecer críticas!

Os bailes que constavam, tradicionalmente nos clubes em Telêmaco, mais especificamente no CAMA, eram o aniversário do Clube, Páscoa, Junino e em setembro, Debutantes. Com saudosismo, Aparício lembra que naquela época, os pais tinham controle com os filhos:  “Você só vai nos bailes, depois que você debutar! ”. Só lembrando que debutar era completar 15 anos, para as meninas! “Elas não brigavam... era já, chique para elas, esperar”, em relação ao momento do Baile de Debutantes!

O New Pop Som foi de 1976 até 1981. Depois disso, também, Barbosa passou na Klabin, do horário administrativo para turnos. Foram 35 anos na Industrias Klabin, em Monte Alegre!

No conjunto, todos os componentes trabalhavam, e na verdade, não dependiam dos recursos, especificamente, então, usavam para comprar som, e ampliar! Entre eles, a banda tinha o secretário, o tesoureiro, ou seja, eram muito bem organizados! Tanto que, ao encerrar as atividades em 81, todos pegaram sua parte, e tudo em som!  “Só o cara do teclado, ele ganhava à parte, e ele não levou nada”.

Outra vez, cerca de um ano e meio de intervalo e neste período, ele foi ampliando o som e investindo, e eis que Barbosa monta o Conjunto Santa Cruz, e este empreendimento artístico, era de sua propriedade. Assim foi até 1999. “O último baile do Conjunto, foi em 1994. Ficamos só fazendo Carnaval!”. Este baile foi em Reserva! Já, o encerramento definitivo, foi no Carnaval, em Harmonia. A atual profissão dele, com o som, ai ganhou impulso, porque com os equipamentos, ele fazia locação quando necessário, e também à Prefeitura.

 

NEM TUDO FORAM FLORES

Era a rotina de qualquer conjunto musical, a vida toda, e quem não teve perrengues? Em Curiúva, após um baile encerrado, chega um rapaz e faz um contrato com Os Corujas, de Formatura, e em Santa Cecília do Pavão. Eles então, compraram uma máquina de iluminação em Londrina e seria enviada naquela semana! A Loja Dois Irmãos era de casa, lá em Londrina, para os telêmacoborbenses! Sabiam até aonde era a casa dos proprietários! Como iriam para Santa Cecília, se comprometeram a pegar eles mesmos, a máquina. Contrataram uma Kombi, e quando se pega um carro, claro, pensa que tudo se dará certo! Ainda não era asfalto de Telêmaco à Imbaú, e no horário do meio dia que deveriam estar em Londrina, depois de encalharem vezes e vezes, neste horário, ainda estavam em Imbaú. “E isto ainda não foi o pior... Era para almoçar em Londrina, tivemos que almoçar em Imbaú. Almoçamos rapidinho, e seguimos... quando chegou ali no Bairro dos Franças, estourou o pneu. Ai o cara trocou o pneu... andamos mais um pouco, outro pneu! Daí encostou do lado, macaqueou... dois pneus! Nem tinha dado tempo de arrumar o reserva! Ai o cara ficou na pista, pedindo carona pra voltar até o Bairro dos Franças para arrumar, e nós ficamos na Kombi lá, e as horas passando. Daqui a pouco, com muito custo, depois de pegar outra carona para vir até nós, lá estava ele com os dois pneus. Botou um pneu ali, e um outro de reserva... andou mais um pouquinho e estourou novamente! Parece brincadeira, mas juro por tudo que é mais sagrado... nós estouramos um monte de pneu, daqui até Londrina! ”.

Depois de cerca de uns de oito estouros de pneus, chegaram a Londrina quase seis horas da tarde, e foram até a casa dos donos da loja apanhar o equipamento, e que na verdade, até já estavam achando que os tborbenses tinham desistidos da compra! Eis que seguiram fazer o show!

Ao chegarem na cidade, e perguntarem aonde era o tal Clube, que ainda não conheciam... tudo escuro! Perguntado para vizinhos se ali haveria um baile, respondeu um deles, que fazia tempo que lá já não tinha mais! Eis que o nervosismo veio a todos! O que estava ruim, ainda pioraria, isso, quando o motorista fala aos músicos que não tem mais dinheiro para combustível, para voltarem embora! Gastou ele, tudo para pagar os pneus. E os cantores, pior ainda, pois tinham somente para o almoço, que seria em Londrina, e acabou acontecendo em Imbaú.

Eis que apareceram ‘dois caras... dois anjos’, e viram as seis pessoas todas para fora da Kombi. Isso se passa em 1972, e com Os Corujas! Os rapazes eram de Congoínhas e arrumaram dinheiro para combustível e convidaram eles para tocar dois bailes na cidade, e assim conseguiriam fazer caixa para voltar à TB. Muito pontuais com os compromissos profissionais, na Klabin, conseguiram apenas voltar para trabalhar depois do almoço, na segunda, perdendo meio dia! Barbosa estava entre 23 a 24 anos. Nos 35 anos de trabalho na Klabin, nunca faltou ao serviço, para tocar baile! Muitas abdicações de shows que seriam agendados, porque na segunda era dia de trabalho! “Era normal tocar no sábado e no domingo. A banda quando agradava, eles queriam a ver novamente! ”.

Respondendo se o Dr. Péricles Pacheco da Silva, diretor da Klabin e antes, primeiro prefeito de Telêmaco, viu eles, nessa trajetória, tocarem, disse que sim, e que ele ia aos bailes, assim como Dinizar Ribas de Carvalho, que também fora prefeito. Os diretores iam para ver as músicas que seriam apresentadas, e pediam que tocassem mais baixo, para que, comitantemente, se apreciasse a boa música, mas se colocassem as conversas em dia, ou houvesse o diálogo nas mesas! 

 No segundo perrengue, a saga outra vez, de uma Kombi, e claro que não era a mesma! Ela, ao irem à Venceslau, quebrou na saída de Lagoa e de uma forma que não deu pra tocar o baile. No domingo, eles tinham sarau no Cama, que funcionava em Harmonia, no Bar Grande. Os jovens animados dançando, eis que se avista no lado de fora um senhor com uma Valise (Pastinha usada naquele tempo, para se guardar documentos). Era o diretor do Clube em Venceslau, e havia no contrato, uma multa de 50% para qualquer um dos lados, que não cumprissem com o acordado! Claro, o Santa Cruz não foi, e pagou!

O mesmo cara que havia vendido o baile em Santa Cecília, que acabou não existindo, pegou no pacote, mais um, que seria em Jardim Alegre * (No Vale do Ivaí, perto de Ivaiporã)... depois de serem enganados... Benê pegou uma condução, e foi até Jardim para checar se estava tudo certo, e também, nada lá tinha sido tratado!

O terceiro fato fora numa vez que iriam tocar em Jaguariaíva! Tinha aqui em Telêmaco, o Aroldo, que possuía uma caminhonete, e aonde o Conjunto Santa Cruz ia tocar, lá ele estaja prestigiando! Isso lá por 1974. Ele morava no bairro que fica hoje, para baixo do Itaú, e tinha lá uma passarela, que já chegava no asfalto! Benê então falou que iria com Aroldo! Eis que o músico, ficou das 2 horas da tarde, até as 4, esperando e nada de passar a carona! Aroldo simplesmente esqueceu que tinha se comprometido em levar o tecladista! Já as coisas tinham melhorado, porque iam um furgão e uma Kombi, levar os instrumentos, e os cantores. Não houve o baile porque uma chuva forte fez cair muros e atingiu até o clube, mas naquela época, avisar não era como hoje, com redes sociais, telefone tão à disposição! Eles então, não foram avisados! Quando viu que a carona o havia esquecido, Benê foi até a casa do irmão do Barbosa, Amauri, que pagou ao Quica, o táxi, que tem hoje Van, e levou ao tecladista. A multa paga, custeou o jantar do conjunto, e cobriu o táxi!

Antes de encerrar a entrevista, o Oberekando pediu ao entrevistado, que deixasse uma mensagem aos componentes de diversas bandas, grupos ou conjuntos musicais, existentes hoje em Telêmaco: “Que vocês nunca desanimem! Seja qualquer problema, nunca desanime! Olha o nosso problema... e a gente não desanimou! Nem tudo são flores! Mas não desanime! Pense no teu potencial, que você pode muito mais daquilo que você estudou... daquilo que você é, e não é qualquer zebrinha ai que você vai desmoronar, e você vai encaixotar a viola, como diz o ditado! ”. Também, a pedido do Oberekando, o entrevistado fez um alerta quando existem comentários que fazem críticas ao repertório, desempenho vocal ou algo assim, em redes sociais, de uma determinada banda ou seu componente! “Não ligue, porque as vezes esse comentário é só para desmotivar.

A importância da música na vida de cada um, e de todos, foi salientada. A música que a mãe dele gostava, era de Roberto Carlos, e entre elas, ‘Meu querido, meu velho, meu amigo’. O filho mais velho, Tiago, quando estava iniciando na música, Barbosa ainda tem a fita de ‘Gente humilde’, de Chico Buarque, aonde o pai tocava e cantava, e acompanhado pelo primogênito, que estava com 14 anos. As netas, eis o orgulho do vovô coruja: Luíza, 12 anos, sendo a primeira a torna-lo avô, canta com ele, por vezes, ‘Cowboy fora da lei’, de Raul Seixas. Ela é filha de Paulo Ricardo, o segundo filho de Barbosa. A irmãzinha dela, Laura, está com dois anos e seis meses. A nora, é Angelita, e eles moram em Ponta Grossa. Já, o filho mais velho, ao lado da esposa Michele, que residem em Joinville, tem Isabelly, de nove anos, e estão dentro da música, o povo todo, com adesão ao teclado e violão!

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CONTATOS A.S. SONORIZAÇÃO

BARBOSA: (42) 3272 – 2556 E (42) 9.9900.1894 E MAGNO: (42) 9.9927.2259.

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