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BARBOSA DO SOM, MÚSICA E OS REBELDES

Ele trouxe mensagem de Natal e contou sua trajetória

2023-12-10 às 08:40:29) A segunda entrevista do Caderno Especial de Natal 2023 é com António Aparício dos Santos. Quem? Nós conhecemos? Talvez venha de imediato esta pergunta! Este é o nome para o tão conhecido Barbosa do Som! Mais que uma mensagem de Natal, falou de sua amizade com Gomarábica, de sua relação com a música, o primeiro conjunto de Telêmaco (de sua época, ainda Cidade Nova), dentre outros assuntos.

Ele foi amigo de Serafim Colombo Gomes (Goma), que nasceu em Pires do Rio, no ano de 1932, em Goiânia. Já, o entrevistado, nasceu em 20 de fevereiro de 1948, em Salto do Itararé.

 

GOMARÁBICA

“O Goma-arábica chegou com um circo, no ano 64 ou 63, não me recordo bem” e se instalou no terreno vago, aonde hoje é a Loja Seralê, e era, segundo ele, novidade para o povo, que estava acostumado com circo grande, com animais, trapézio, globo da morte, e este, na verdade, era um circo/teatro, e lá aconteciam peças teatrais. O momento de se abrir o teatro era precedido por músicas (pelo serviço de som) e apresentação musical, com Goma e outra cantora, e mais dois palhaços. Somente depois disso que se abriam as cortinas para a peça se iniciar. Uma delas era “O Ébrio”, que se baseava na música, com o mesmo nome, de Nelson Gonçalves, e total sucesso naqueles anos. Além de causar verdadeiro frisson tal o encantamento pela apresentação, que emocionava, cada nova apresentação era antes, anunciada na Rádio Sociedade Monte Alegre, e simplesmente lotava o circo.

Quando, tendo ficado um ano na então ainda Cidade Nova, porque TB se emanciparia em breve, o circo foi embora, mas não Serafim, que começa a trabalhar na rádio. Lá, ele apresentava o Alvorada Sertaneja, às 17 horas, e na época, tinham muitas duplas, e também, um auditório (na parte de cima da rua – na Marechal Deodoro da Fonseca atualmente -, aonde fica a caixa d´água do Alto das Oliveiras). “Peguei uma amizade com ele... que sempre falava quando me encontrava na rua ‘o, não vai lá? vai lá no programa pra conversar, assistir’, então eu tinha uma amizade com ele”. Nesta época, Barbosa tinha entre seus 17 anos.

 

PRIMEIRO CONJUNTO DE TELÊMACO

Neste interim, o primeiro conjunto musical de Telêmaco já estava se iniciando, sem o entrevistado. Naquela época, lá por 1964, não lembra ele se era aniversário da rádio, e no Cineluz, um conjunto grande veio fazer o show. Era naquele tempo, a coqueluche, músicas apenas instrumentais, e o grupo Carcarás e músicas da Jovem Guarda foi a atração. Foi este show que despertou em Barbosa, o talento em tocar violão! “Depois que eu vi este show, fiquei entusiasmado”.

O irmão dele, Israel, viu, e perguntou como e do nada assim, estava tocando, foi quando explicou que após o show, ficou entusiasmado. Nesse período, Aparício já com 17 anos, seu irmão deu a ideia de que o recém aprendiz escutasse uma música, que acha que era de Renato e seus Blue Caps, e tocasse, para ver como estava o desempenho, e mais uma vez o surpreendeu, quando pediu para ouvir mais umas duas ou três vezes, e ainda, além de tocar, cantou... claro, e encantou seu irmão pela forma autodidata aplicada! José Barbosa dos Santos, pai de ambos, também ficou de boca aberta... e ele, também tocava.... “Arranhava um pouco”.  A mãe dele, Dona Laura Ramos, faz pouco tempo que faleceu, com 99 anos e meio.

 

“EU SOU REBELDE... BARBOSA TAMBÉM FOI!”

O grupo que Israel participava chamava-se Rebelde! Ou seja, Telêmaco à frente de sua época, sempre, porque se o grupo mexicano explodiu em sucesso em 2004, após novela com mesmo nome de seus integrantes – no SBT – eles já aqui, existiam! Respeitosamente, observadas as proporções!

O ensaio dos Rebeldes era na casa de Toninho, o guitarrista. Israel convida o irmão, que já tinha na ponta dos dedos e da voz, três músicas aprendidas em casa. Neste interim, - que na verdade o ensaio se mesclava em momentos de diversão para eles, porque amavam a música! – Israel pede a Toninho que emprestasse a guitarra para Barbosa, que nunca tinha pego uma... mas, sabe-se que quem toca violão, também se dá bem com este outro instrumento! Este ato certamente foi o motivo de Toninho ter deixado o grupo, naquela época! Ai se muda também o local dos ensaios, que passou a ser na casa dos pais de Barbosa e seu irmão Israel, que corresponde quase na frente de onde é a igreja católica do Bom Jesus, em TB: “Lá tinha um porão grande”. Em um sábado, tocam e chamam o Divan, que fazia parte dos amigos, e eis que, sem muro alto, passa um homem na rua, que escuta, bate palmas e pergunta se poderia entrar lá, para assistir. Fora ali, sem que eles imaginassem, que surgia o novo componente que disse que sabia cantar, e tocar violão e guitarra. Era o Reginaldo, chamado de Nardo. Ele hoje mora em Curitiba. Já, Toninho, em São Paulo! “Nardo gostava de solar as músicas!”, observou! O time completava-se com Capixaba, que era o baterista.

Ai vieram os convites para se tocarem em festinhas familiares! Entre 8 a 10 pessoas. Festinhas privadas. Naquela época, ainda não era o tempo de se fazer o churrasquinho como hoje, e se serviam de lanches, salgadinhos, e todo mundo dançava, com maior respeito, lembrou o entrevistado. “Não passava das 10! As mães liberavam as filhas para ir com a gente, e chegava 10 horas (da noite), estavam lá, entregando elas!”.

 

BATEZATTI NO COMANDO DO PROGRAMA JOVEM GUARDA E GOMA, O SERTANEJO

Batezzati, Joaquim Batezzati, - inclusive padrinho vocacional, ao lado da esposa, Zélia, deste que aqui escreve, na época de Seminário Ssmo Redentor -  convidou os Rebeldes para participarem de um show no CineLuz, sem que fosse competição, mas sim para se divertir, se escutar música e oportunizar talentos. Isso por volta de 1966. Disseram que sim e em seguida, Joaquim foi pedir ao proprietário do Cine, Carlos Hugo (ex-prefeito), que deu sinal verde.

Os ensaios para as apresentações – feitas pelo radialista Batezzati – eram na casa de Barbosa e seus pais. O cinema lotava. Eram distribuídos prêmios à plateia, ora para aniversariantes do dia, enfim, conseguidos pelo apresentador e radialista. Mas, também, muita gente aparecia para ensaiar, e por vezes, a sinceridade (dos Rebeldes) falava mais alto, quando tinha que dizer a alguém que não conseguia cantar legal, que ela não poderia ser inscrita, para o festival.

 

EM 1966 A MÚSICA POEIRA VENCE O FESTIVAL

No dia do retorno, com o título conquistado com a música Poeira (Poeira, poeira vermelha... Poeira, poeira do meu sertão!), em festival nacional em São Paulo, Serafim é recebido em festa na Capital do Papel. Aproveitou-se a oportunidade, naquele dia de 1966, para três importantes fatos: “Convidaram nós... o Gera  - Grêmio Esportivo Recreativo Alvorada - único clube que tinha aqui em Telêmaco e a sede era aonde foi o Verona, em frente quase da Copel antes. O Gera tinha um time de futebol de salão. Naquela data, a festa de recebimento de Goma seria a inauguração da quadra de salão do Gera, um bingo e um jogo exibição. E ainda convidaram a Banda Municipal, que não era aqui (aos fundos quase do Marcelino Nogueira, no alto Socomim), e sim em Harmonia a sede.

O Cama viria depois, quando a Klabin viu que seu espaço social, de acordo com o Barbosa, lá em Harmonia estava pequeno, e também, pela falta de incentivo ao Gera, dos patrocinadores e empresariado.

A caravana que trazia o agraciado, era aguardada em Imbaú. Quando chegaram ao Gera, lá ao meio da quadra, eram os Rebeldes que estavam tocando!

 

COMO SURGIU BARBOSA... O CODINOME?

A família dele tem o sobrenome Barbosa, mas quando a mãe ficou grávida dele, ela pediu à Nossa Senhora que abençoasse sua gravidez, que era de risco: “Olha, me ajuda nesta gravidez, para que meu filho venha com saúde, e se for menina eu coloco Aparecida, e se menino, eu coloco Aparício. Então, pediu pra Nossa Senhora, e foi atendida, e eu nasci com saúde”. Já, o António, também é homenagem, e partiu do pai de Barbosa, dar o nome do avô, ao menino. Israel, Walter e Amauri, já eram os irmãos do entrevistado.

“Só que quando eu nasci, minha tia me chamou de Barbosa, e ficou Barbosinha!”. Só ficou sabendo que o nome dele não era Barbosa, quando começou a estudar.

Ao responder qual seu natal inesquecível, disse que aquele em que sua esposa ainda era viva, pois não tem coisa melhor que a casa cheia, com todos os familiares. Dona Marli morreu fazem dez anos.

Um dos natais com fatos diferentes, foi lá pelos 16 anos, aonde fora o primeiro da vida, que ele chegou em casa pela manhã: “Fazendo nada de errado, saindo com os amigos, conversando, se reunia muito com o pessoal e passava a noite, e a gente chegou de manhã em casa, e a mãe deu um puxãozinho de orelha”.

Filhos de peixe, peixinhos são... os filhos de Barbosa Tiago e Paulo Ricardo, aprenderam a tocar também, mas ele não forçou a barra, e até comentou: “Eu não quero que vocês sigam essa carreira... eu quero que vocês estudem! O mais velho, (Tiago) até montou um grupinho, fizeram apresentação perto do Ginásio, comprei uma guitarra pra ele - e ele aprendeu -, as pedaleiras e tal, mas quando eu vi que ele estava se inclinando (a isto) eu vendi tudo, sem ele saber! Eu falei ‘eu quero que você estude!’”. Ai ele fez Senai, e junto com o mais novo, foram para a Escola Técnica, eles com 14 anos, em Ponta Grossa e a esposa foi ficar com eles, e se revezavam entre as mães, semanalmente, na casa que em mais três a quatro meninos da mesma idade, alugaram. Tiago, após três anos, formado, resolveu fazer Engenharia Mecânica, e o mais novo, disse ao pai que queria ir aos Estados Unidos, porque lá tinha um primo. Foram lá seis meses, e voltou! Ele pediu que o pai o ajudasse a fazer igual ao irmão, Engenharia, e hoje é esta a profissão de ambos. Hoje ele mora e atua em Ponta Grossa, e o primogênito, em Joinville.

“Que especialmente no Natal, todos sejam abençoados pelo nosso Jesus, e que estejam de coração abertos para receber ele, numa época tão importante. Dia 25, especialmente, esteja com o coração bem limpo, para receber Jesus”.

 

AS SONORIZAÇÃO:

Barbosa é, ao lado de Magno, responsável pela AS Sonorização, que faz todo tipo de som, sejam pequenos ou grandes eventos, e locação de sonorização, em geral.

Contatos com BARBOSA: (42) 3272 – 2556 e (42) 9.9900.1894 e com Magno: (42) 9.9927.2259, para serviços com grande qualidade!

E a história tem data para continuar a ser contada! Se Deus nos der vida e saúde, você saberá do New Pop Som, no especial 60 anos de Telêmaco Borba! Aguarde!

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