Entrevista comemorativa, ele é pai de Christiano, prefeito eleito
2024-10-26 às 07:43:09) No dia do Aniversário de Emancipação Política de Curiúva, de 77 anos, um dos seus pioneiros também tem a mesma de idade. A cidade hoje, e ele também, com a mudança para 78, em dezembro! Trata-se de Hermes da Silva Borges, que com uma simpatia enorme e uma lição de vida que é, recebeu o Oberekando e nos traz, uma verdadeira aula sobre o amado Caetê! Ele, diga-se de passagem, é pai do prefeito eleito no último 06 de outubro, Christiano Borges.
A atitude de Christiano, em assistir a fala de vídeo do pai, foi louvável, e alegou, que a cada depoimento do patriarca sobre a cidade em que ele administrará a partir de 1º de janeiro de 2025, é um espetáculo de conhecimento e maior assimilação de como se fez a história do município!
E AGORA, O FILHO É PREFEITO DE CURIÚVA?
Casado com Dona Neusa Maria Giunta Borges, respondeu inicialmente ao Site, como foi receber a notícia de que seu menino - pois para o coração de um pai, o filho isto nunca deixa de ser -, havia sido eleito, prefeito de Curiúva, explicou: “Pois é... é uma alegria, pois nós já esperávamos a vitória, certa, não é? Pelo apoio do Nato, e pela tradição e nome que a família tem, porque, acho que já te falei, o meu avô veio pra cá em 1907, e era quem, para falar a verdade, quem dava as cartas aqui, porque o povo procurava. Não é que ele quisesse ser político, ou essas coisas, nada disso, mas como ele era uma pessoa de família influente de Tibagi, e aqui pertencia à Tibagi, os políticos de lá queriam que o Constante... que progredisse, e fizesse meu avô levar os eleitores daqui. Meu avô levava os eleitores, a cavalo, para votar em Tibagi. E ele foi camarista (compôs a Câmara... então, era o termo para vereador, na época), mais de uma vez em Tibagi. O pai dele (bisavô do entrevistado, então) foi prefeito mais de uma vez, nomeado em Tibagi. Nós descendemos de uma família de político, o Borges, nosso, é do primeiro prefeito de Castro – José Joaquim Borges. Esse primeiro prefeito de Castro, do tempo do Império, foi nomeado por D. Pedro. Nessa mesma época, o irmão do então prefeito castrense, fora nomeado primeiro prefeito de Curitiba, que é o José Borges de Macedo”, que inclusive, é homenageado dando nome a uma Praça na Capital do Estado. O de Castro, nascido em 1793, e o de Curitiba, nascido em 1791.
O laço com Curiúva, vem de seu pai, que ali nasceu, em 1915, e que não era o primeiro filho de seu avô, que chegou em Curiúva em 1907, e teve filhos em 1909, em 1911 – este, Tobias José Borges, que entre a família, fora o primeiro prefeito curiuvense. Na história da cidade, o primeiro prefeito fora Joaquim Carneiro. “O meu avô queria muito bem ele, e queriam que meu avô fosse o primeiro prefeito, e ele – Constante, não quis! Ai Quinco (Joaquim assim era chamado), ganhou como candidato único”, e apoiado pelo avô do entrevistado. Eis, que passados seis meses, e sem que se soubesse a razão, ele acabou suicidando-se. Após isso, lá quiseram que o avô dele fosse o prefeito (candidato), na eleição suplementar, e foi ai que seu tio se tornou o segundo chefe do poder Executivo da cidade, que além de ter concorrido com mais dois, ao cargo, veio a fundar de fato, o município. Para que isto fosse possível, contou-se com o apoio e o bom relacionamento que se tinha com o deputado Guataçara Borba Carneiro, de Tibagi, e que era neto do Telêmaco Borba.
Aquilo que o governo tinha a oferecer, o tio dele, usufruiu em prol da população, e fez, aonde é hoje a Vila Esperança, o campo de aviação. Também o Paço Municipal, o Posto de Saúde Pública (atual prédio da Secretaria Municipal de Saúde), e o grupo escolar. A praça, teve um alemão vindo de Santa Catarina, para montar, e era florida, e com grama branca. Figueira, na época, pertencia à Curiúva, e dois grupos escolares lá, ele construiu, igual ao hoje existente, Colégio José de Alencar (nas proximidades do atual Paço Municipal de Curiúva). Não diferente, fez o grupo escolar em Sapopema, que também pertencia à Curiúva. Foram três anos de gestão, e tudo foi construído no braço, porque naquela época, não tinha motoniveladora, como hoje.
CRIADO PRA TRAS DO BALCÃO
O pai de Hermes, Alberto Martins Borges, filho de Constante, tinha uma loja, chamada Secos e Molhados, que era a nomenclatura comum naquele tempo, e Hermes conhece todo povo ‘crioulo’, pode ser do Felisberto, do Alecrim, do Espigão, enfim! Naquela época, se chegasse pessoa estranha, na Praça, logo logo se sabia! Na verdade, depois de terminado o primário, o caminho quase natural para continuidade estudos, era estudar em Castro, e assim foi com ele, se tornando aluno lá, aonde tinha uma pracinha, o Vespasiano, e quando tinha 13 anos, retorna à Curiúva, – Lembrou da professora Judite, que era filha de Vespasiano, e foi diretora muitos anos! No Armarinhos (Secos e Molhados), foi até vinte e poucos anos, quando um português quis vender a sua loja, do mesmo ramo, e ele teve seu primeiro negócio! O nome também, Secos e Molhados, fora influência do conjunto musical de muito sucesso da época, e que entre outros, brilhava Ney Mato Grosso.
Com muito bom humor foi perguntado, se Christiano era do tempo que o pai tinha o armazém, e como a então criança, se comportava: “Ah, era só bagunça... só fazia narquia lá no depósito! Todos eles! Tinha um amigo na época, que até dizia, quando vinha ‘pai do céu, tenho até vontade de pegar e surrar as crianças, que não dão sossego!’. Não era só Christiano! Era o Christiano, Alexandre, Ulisses, e o Alberto, o mais novo”. Linda e diferente seria, se a bagunça daquele tempo, fossem os atos de ápice hoje, ao invés da tristeza do que atualmente vemos entre crianças e adolescentes, especialmente, Brasil afora!
Embargou a voz, ao afirmar, com alegria, que para o almoço de domingo, reunir os filhos, noras e netos, continua a ser um ato sagrado dos domingos! A familiagem mora pertinho, coladinha! Quando o avô dele chegou, comprou 5 alqueires de terra, e na Vila Maria José – nome da esposa de Constante – a hoje, bica d´água, a água passava no atual centro, ao lado da Praça. O lugar para lavar roupa, e até mesmo uma casa de banho (espécie de chuveiro – banheiro da época), era no quintal de onde reside hoje, ele, e por mais que fosse propriedade particular, tinha um caráter de público, pois não negavam a quem pedia para usar, e se lembra que a água, especialmente, no calor e na casa de banho, era até morninha. ”Então, a casa de meu avô, aqui, era a casa do povo!”.
A GALERINHA DA ÉPOCA!
Na mocidade e sem muita gente na ‘cidade’ ainda, o point da época era o clube, a Associação Esportiva Curiuvense, “que existia desde o tempo de meu pai. Não ali em cima, e sim, embaixo. Chegava à noite aqui, não tinha aonde ir!”. Uma sala de jogar cartas, lá, reunia um povo aficionado nisso! A lanterna Petromax, de bombar, era a fonte de iluminação, porque ainda não tinha energia elétrica. Na Praça, também, os amigos que tocavam violão... “Sentava, e ficava até umas horas, ali!”. Um fato curioso, é que, por mais que se tivesse a energia vinda da usina de Figueira, por ter tido, dizem isso, mau resultado nas urnas como governador em Curiúva, Ney Braga não deixou que a iluminação chegasse a esta cidade. “Vou te contar uma coisa... nós só fomos ter energia da usina dali, quando Paulo Pimentel foi eleito governador do Paraná”.
Leoni Mainardes Rosa, casado com uma tia de Hermes, foi prefeito de Curiúva, por três vezes!
ORIGEM DO NOME DA CIDADE: Narrou o entrevistado, que Caetê era uma planta nativa, e a serra, ganhou este nome, e que foi Curiúva, antigamente. Na criação do Distrito, seu avô se incumbiu de matar uns bois, para se comemorar tal evento. Foram derrubados, pinheiros, para que fosse iniciado, o quadro urbano, e direcionada, alguma rua. Lembrou que uma morte, nessa época, aconteceu, na empreitada, que reuniu mais de 132 homens. Apenas um pinheiro ficou (na Praça), e que mais tarde, foi cortado por Hermes.
O ENCONTRO COM A ALMA GÊMEA, DONA NEUSA
“Quando foi criada a Comarca, ela era de família de São Jerônimo (da Serra), a mãe dela era cartorária em São Jerônimo. Daí, ela passou num concurso e foi nomeada tabeliã de notas, aqui! O primeiro cartorário de Curiúva foi o irmão do avô de Hermes... Euclides José Borges! Depois das sucessões, no cartório, aquele que era responsável ao final, passou ao cartório do crime, e aí que viria, a hoje esposa, Dona Neusa.
A sociedade que tinha na época, trazia bons bailes e bandas boas, e nesse enredo, foi que se aproximaram os pombinhos! Músicas e bandas de Itararé, Ponta Grossa, eram tops que vinham. As músicas daquela época, lembra ele, são de sucessos que permanecem, até hoje, como Beatles, Rolling Stones e estes conjuntos (que vinham à Curiúva, antigamente), informou ele, tocavam, praticamente, só versões. Era época de Rock, Twister. Ele casou com 27 anos, e respondeu que as músicas que marcaram a época de namoro dele, eram tantas!
RAÍZES DE AMOR ENTRE PAIS, IRMÃOS, FILHOS, CUNHADOS E SOBRINHOS, PRESERVADAS!
O carinho semeado entre a família é algo tocante, neles! Ao irmão de Christiano, encontrar-se no dia, pela primeira vez, lindo foi o Oberekando, presenciar o beijo na face, deles! “E foi assim que fomos criados! Eu nunca acordei, sem antes, receber o beijo de minha mãe”, falou Hermes, com olhos marejados!
Sua mãe era Adventista, e de Telêmaco, a parente dela, Dona Eloâ Tito Quadrado, juntas, sempre vinham congregar.
São filhos de Hermes, o primogênito, Christiano, que é casado com Isa, e tem os filhos Lucas e Rafael. Alexandre tem a filha Ana Clara. Ulisses é pai de Artur, e esposo de Andressa. Alberto é esposo de Eliade, e tem as filhas Laura e Aurora. A caçula, que mora em Londrina e é advogada, é Natalhy, casada com Maurício, que lhe deram a netinha Alice.
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AGENDE-SE!
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RELEMBRE A ENTREVISTA DO ANO PASSADO:
SEU MOISÉS É ORGULHO DE CURIÚVA: Homenagem ao Pioneiro e esposa, é comemoração aos 76 anos da cidade
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