Desta terra por adoção, falou de cafeicultura, família, e sua vinda de terras paulistas
26/10/25 às 20:59:47) Assim como em 2023, a entrevista especial de Aniversário de Curiúva, foi com Moisés Pereira Machado, um tradicional e estimadíssimo comerciante de sapatos da cidade, e em 2024, com Hermes da Silva Borges, também pioneiro, e pai do atual prefeito, Christiano Borges, em 2025 é uma alegria ter Luiz Boranelli, que nascido em 04 de abril de 1947, tem a mesma idade que o município. Ele é esposo de Maria Rosa do Vale Boranelli (04/09/1951), e pai de Luiz André Boranelli (20/03/1962), José António Boranelli (25/03/1971) e Márcio Rogério Boranelli (04/05/1979). Com o patriarca, no bate-papo, o primogênito e o caçula, respectivamente, Luiz e Márcio.
“O senhor vai entrevistar os 78 anos da cidade de Curiúva, e também aniversário da minha idade, porque eu também tenho 78 anos!”. Os dois primeiros filhos, tanto Luiz André, como José António, nasceram em Tejupá, que na época era município de Piraju, ambos, em terras paulistas. Já, em 1973, ele viera morar em Curiúva, ao qual pertencia a hoje cidade de Figueira. Um irmão do entrevistado, o Osvaldo, já morava na região, desde 1967, e ele chega em 1972. A primeira propriedade que eles compraram foi em 64, depois do fogo, que empobreceu bastante a área rural. Na época, pessoas que queriam abandonar a cultura do café devido ao incêndio, e partir para, especialmente o estado de São Paulo; encontraram na família, um dos compradores. Seu Luiz, foi à Bela Vista, e o irmão dele, Osvaldo, na Serrinha: “Meu pai deu dois sítios pra nós... dois sítios de 17 alqueires, e foi o começo de nossa vida. Muito bom! Meu pai ajudou bastante. Só que ele sempre falava desde pequeno para nós, e ele fez mesmo ‘eu vou dar o cavalo, e os arreios vocês têm que comprar’, no sentido de que, com os presentes, deu as ferramentas, aonde eles continuariam a as trabalhar, e assim fizeram!
Os três primeiros anos não foram lá como se esperavam, mas vieram incentivos para tratamento da ferrugem do café, por parte do IBC, Instituto Brasileiro do Café, e, conforme o entrevistado, “foi o que salvou”, porque enfrentaram também, as fortes geadas, antes! “Ajudou bastante nós... demos muita sorte!”.
PALAVRA DOS FILHOS, EM COMO É SER FILHO DE LUIZ
“Podemos dizer que é um privilégio! Nosso pai nos deu a base, educação e princípios de honestidade, de trabalho, e muita força de vontade, porque vida de agricultor não é fácil... é difícil! Meu pai nos manteve sempre unidos, e estamos unidos até hoje, e eu, meus irmãos, o Luiz André e o Luiz António, que não pode estar aqui conosco essa noite, e o pai sempre, ele nos deu a base! Mas a base de princípio e valor, e também de união!”. Hoje, nestes alicerces, e família, a atividade é a cafeicultura, que em seguida, foi diversificada para lavoura e reflorestamento. Com a pretensão de cultivar este empenho às próximas gerações, disse: “Só tenho que agradecer à Deus, primeiramente Deus, valores que nosso pai passou... valores cristãos, o qual é a base nossa é cristã também, e então só tenho que agradecer à Deus por este privilégio!”, disse o caçula.
O primogênito, Luiz André, externou: “É uma honra para nós, filhos, e isso percebe-se, basta olhar para nós! Uma satisfação ter um pai atuante, junto, e nos ensinando, dentro da história dele, quando veio para o Estado do Paraná! Pegou-se a época de crise, pegou-se a época difícil, gerada de 75, mesmo assim continuou tocando o café, por mais 19 anos, mais 20 anos, e assim foi, e a gente faz parte dessa família, nos honra muito! Com alegria, eu, e meus dois irmãos, o Márcio e o José António, que não está presente; a gente faz parte de um grupo, um grupo familiar, um grupo de negócios, mas a gente pretende, e gostamos de estar juntos! A base de tudo sempre é o pai, e isso faz com que estejamos com o pé no chão, faz com que a gente olhe para a frente, e isso faz com que você estando em união, estando em família, as coisas funcionam, e dão certo!”.
Pedindo que contasse de fatos pitorescos e até mesmo engraçados dos filhos ali presentes, em suas fases de saída de infância, adolescência e começo de juventude, quanto à André, lembrou que ele (e naquela época, dentro da área rural era normal), aprendeu a dirigir! Os dois irmãos, segundo Luiz, não foram fazer faculdade porque ele precisou deles ali, até porque o crescimento na época foi grande! “Dirigiam ônibus, dirigiam caminhão, faziam de tudo... eram o braço direito meu!”. Já, de Márcio, disse: “O Márcio eu não posso dizer que ele nasceu em berço de ouro, porque desde pequeno, ele já se prontificou a trabalhar! E ele ainda falava ‘eu quero ser igual ao senhor, pai’. Ai, menino ainda, ele não tinha ginásio, a gente morava no sítio, não tinha condução, e ele foi estudar pra padre! Ficou dois anos e meio lá”. No Seminário disse o entrevistado, ele ficou adoecido, e nesse período, foi levado num local separado, diferente e bem cuidado (dentro da instituição religiosa), e ao pai falaram que ele tinha que o levar a um médico, porque tudo fora feito, e ele não melhorava! Tanto o entrevistado, quanto o padre, conversando, falaram que achavam que ele não queria ser padre... “veio embora e acabou a doença!”. Mas, claro, o reflexo do período do seminário, é marcante e divisor de águas a qualquer ex-seminarista, e não diferente à Márcio, foi! Disse o pai... “Mas ele não ficou muito à vontade não... nós levamos ele pro colégio agrícola... vai aprender a trabalhar!”, falou sob risos! Ele esteve no seminário Servos da Eucaristia, em Ponta Grossa, na idade entre 9 para 10 anos, e o colégio agrícola, fora o tradicional, castrense, Olegário Macedo. Formado em Administração e Contabilidade, o fato do Agrícola, agrega sempre!
UMA FAMÍILIA DO CAFÉ
“Meu avô veio da Itália, e muito pobre, por causa da guerra, veio trabalhar de colono, no norte de São Paulo, e lá eles foram muito judiados, porque era regime de escravidão ainda, e eles vieram pro interior, pro sertão, inclusive, em Tejubá, Taquaras, e vieram abrir terra! Da mesma forma que com ele enquanto filho, que recebeu terreno de seu pai, o avô dele fez o mesmo com o pai do entrevistado, dando-lhe uma propriedade. “Mas meu pai..., era analfabeto meu pai, e eu, quando já peguei uma idadinha aí, de sair da escola – minha mãe que cuidava dos livros dos colonos – minha mãe já entregou para mim, e como meu pai era analfabeto, ele agarrou eu, pra segurar junto com ele”, para ir no banco, andar com ele, para ir no fórum. O irmão mais novo de Luiz casou, e veio ao Paraná, e lhe alegra, então, ter ensinado a seus irmãos, trabalharem!
Depois de casar, o entrevistado saiu de sua cidade natal, e ficou de sócio do irmão, por 23 anos, já aqui na região, na propriedade dada por seu pai. Com ele, era igual junto com seu pai, e junto hoje, com seus filhos, e muito trabalharam, até que seu irmão ficou adoentado. Traz alegria ao coração dele, ter ajudado os sobrinhos, e se considera um pai, com uma mulher só, mas com três famílias, “junto com meus irmãos, que aprenderam comigo, junto com meus sobrinhos, que aprenderam comigo, e hoje, junto com meus filhos, que graças à Deus, hoje estamos muito contentes!”.
PREMIAÇÕES
Quando vieram para o Paraná, já eram ótimos nessa cultura, e após aqui estarem, continuou-se, e continua-se, a trajetória: “Inclusive fomos elogiados pelo IBC porque a média de colheita pela região era de 16 sacas por hectare e nós já tínhamos 60 sacas, em média, e aí nós fomos trabalhando muito bem, tivemos muita sorte! E os primeiros momentos que foi mudando o jeito da cafeicultura, vindo a tecnologia, nós fomos acompanhando! Porém, era uma tecnologia menos avançada do que hoje!”. Desde 2002, já foram três premiações estaduais de primeiro lugar, em concursos de Qualidade Café do Paraná, e um segundo, nacionalmente!
Um daqueles fatos marcantes, e até, claro, antes, de grande orgulho à família, foi que a esposa, Dona Rosa, com uma propriedade dela, foi campeã em um concurso, e o esposo, Luiz, foi segundo! Os amigos não perderam tempo, e brincaram com ele, por ela ter o vencido! Mas, isso, tudo em família, e foi uma alegria! No geral, em termos de premiações, viu-se nas palavras do entrevistado, sua grande humildade: “Nos títulos, não me sinto muito sozinho, porque foi graças ao lugar nosso que é bom! O lugar, Curiúva, sempre foi bom e que até hoje, vem continuando, através das mulheres, sempre premiadas! Mas só passamos apuro, falar o português bem claro, com São Jerônimo da Serra, quando eles começaram a fazer também, café de qualidade! Lá é lugar bom de café, como aqui!”.
O QUE REPRESENTA PARA O SENHOR, A CIDADE DE CURIÚVA?
“É uma alegria para mim estar aqui em Curiúva. Me sinto um curiuvense mesmo! Porque eu vim com 24 anos, puxa vida, tenho 50 anos de Curiúva, e aí nós fizemos muitas amizades! Me lembro da primeira vinda de Curiúva, quando trouxe os primeiros colonos. A gente comprou uma vaca, aqui em Curiúva, aonde é o ginásio, lá do pai de Hermes (que é pai do prefeito Christiano, e filho de Alberto Martins Borges, por sua vez, filho de Constante, que leva o nome da praça da Matriz)... comprei uma vaca de leite pra levar pro sítio lá!”. Disse do desenvolvimento que a cidade vem tendo, e que está muito contente com isso, e incluiu que lhe deixa feliz ver assim também, Figueira! “Fizemos muita amizade... muita coisa boa a gente viu aqui!”. Em determinado momento, citando que o Site Oberekando noticía a cidade de Curiúva, e idêntico, Figueira, e que as autoridades constituídas, tem deste Site, o respeito, foi deixado o abraço do Oberek, ao prefeito de Curiúva, Christiano Borges, em detrimento de estar conduzindo as comemorações e por seu esforço em prol dos munícipes, e à Valdecir Garcia, em Figueira, aonde acrescentou Luiz André: “E têm nossos respeitos, da Família Boranelli, também, ambos os prefeitos!”.
A FAMÍLIA
Ele é avô de seis, e bizavô de dois, e é sua alegria, a família! Assim está ela constituída, quanto aos filhos:
ANDRÉ LUIZ é casado com Thaise, e eles têm a Helena, de oito meses! São filhos também de André, Viviane e Arthur. Viviane deu à Luiz, a bisneta, Maria Vitória.
MÁRCIO ROGÉRIO tem a filha Luíza, de 9 anos.
JOSÉ ANTÔNIO tem os filhos, Luiz Henrique, que é casado com Júlia; e Osvaldo Giovane, casado com Bruna. Luiz Henrique e Júlia também deram mais um bisneto à Luiz, que é o Aquiles!
Claro que a pergunta que todos gostam de saber, quando se tratam de pessoas tão queridas e idôneas, é de como os pombinhos se conheceram, e não seria diferente, quanto a Luiz e Rosa:
“Nós nos conhecemos na cidade de Tejubá! Aconteceu de ter um amigo, que nem irmão, que foi conosco na escola o tempo todo, e ele namorava uma irmã da Rosa”. Este amigo se chama Ditinho, que namorava Joana! Ambos, os novos namorados, Luiz e Rosa, se encontravam uma vez por mês, quando tinha missa! “Um ano nós se encontramos uma vez por mês, e depois, eu comecei a ir na casa dela, eram sete quilômetros até a cidade e mais quatro da fazendinha nossa, e então a gente ia a cavalo. E aí a gente foi, mais três anos de namoro, um namoro de gente antiga mesmo!”. Lá se vão de 53 para 54 anos de um feliz casamento! Um fato engraçado era que, como os pais de dona Rosa não a deixavam ir para os bailes, o namoro em casa ia até as 10 da noite, no entanto... Seu Luiz saía de lá, e ia para o baile, até que se encontrou com os irmãos dela, e eles a alertaram e pediram que o namoro fosse desfeito. Numa determinada ocasião, isso iria acontecer, mas ele não quis, e lá se vai esse tempo lindo de matrimônio!
Perguntado para os filhos, qual fato nos almoços e encontro de família, e desde muito tempo, na vida do pai, eles mais se emocionam, ao ouvir dele... “Eu gosto muito quando ele conta do começo da infância dele, e o carinho que ele tinha, e o respeito pela mãe, pela minha vó Hilda, e pelo meu avô. As histórias, e o cuidado que ele tinha com meu vô, o cuidado que ele tinha com meu vô, e o respeito. E transmitia isso a nós. De certa forma isso veio como um jeito de ensino e de como a gente também aprendeu a respeitar, ele, a minha mãe, e respeitar as pessoas em geral!”, expressou Márcio!
“As histórias sempre existiam, até porque no tempo que nós éramos meninos, não se tinha televisão, e a gente via histórias sendo relatadas, histórias sendo contadas, algumas engraçadas, algumas em tempos difíceis, que a gente sempre escutava na mesa. Mas uma das que sempre me chama a atenção é da vida dele, a história da família do Antônio Boranelli, que é o vô, o pai dele, de seis irmãos, e de como eles se conduziam e isso já na época, como eles se administravam”, e tão jovem, como ele, antes mesmo de se casar, liderava e trabalhava a família como um todo! Mas ai, mais algumas vem surgindo, umas engraçadas, de como os filhos, claro que por brincadeira e coisa de criança, se juntavam e murchavam o pneu do pé-de-bode do avô, disse Luiz André! Eis a surpresa... perguntado à André Luiz se o pai estava no meio..., com sorrisos, a resposta: “Ele era o líder!”. Ai, lembrou Luiz: “Eu não sei se murchei, mas que nós ficamos escondidos numa moita de mato lá, até de noite.... ficamos!”, completa André: “pra poder entrar na casa, não é!”. Outro fato, inusitado do patriarca, mas que foram salvos pela nona... pela avó: “Nós cortemos o encosto da charrete, inteirinho, e levamos para a nona fazer carteira para nós... nós queríamos uma carteira (de couro)”. Ela, uma avó muito querida, sempre os protegia em uma peraltice como essas, por exemplo. Lembrou com saudosismo e muito carinho que os netos dormiam com a nona!
AS MENSAGENS
DE LUIZ, AOS ADOLESCENTES E JOVENS: “A mensagem... vou fazer uma mensagem bem simples. Primeiro lugar, acreditar em Deus! Sempre ter Deus na frente de tudo que vai fazer. Depois, aos jovens, por exemplo, respeitar os pais e as mães! Principalmente as mães, porque as mães poupam um pouco os filhos, mas tem que respeitar o que elas fazem, e o que elas ensinam! E se cuidar na vida de jovem, para que consiga ser uma pessoa histórica, igual o pai!”.
DE LUIZ ANDRÉ: “Acreditar em Deus, confiar, honrar pai e mãe. A gente tem isso dentro da família, conviveu com isso, fomos ensinados dessa forma, e desejo aos jovens, que tenham sucesso, que vão pro caminho do certo, pro caminho do bem, pra que não se percam nesse mundo de tantas drogas, nesse mundo tão desvirtuado que está! E, como a gente está falando de família, é exatamente isso... honre pai e mãe, e esteja sempre com seus pais e família, que são seus amigos de verdade”.
DE MÁRCIO: “A mensagem que a gente deixa, é Deus em primeiro lugar! Colocar Deus em primeiro lugar em todas as coisas com certeza a gente vai bem. E em segundo lugar, família! Respeitar pai e mãe, os familiares! E trabalho, muito trabalho, dedicação, honestidade, e enfim, são os princípios básicos que vem de nossos pais, e é o que vai conduzir a pessoa a ter um bom convívio social, ter sucesso na vida, desenvolver um bom trabalho e também ter sucesso na família! Não adianta nada você ter sucesso no trabalho, mas uma família desestruturada. Esse é o que o meu pai me passou, e que eu acredito, e observo que são os princípios básicos, para construir uma sociedade, e pra gente também ter sucesso na esfera trabalho, família, espiritualmente também, e são princípios básicos de boa convivência também. E ao município de Curiúva, eu desejo, a minha cidade natal – também aqui Curiúva, Figueira também – na verdade nasci em Figueira, mas resido a maior parte de minha vida aqui em Curiúva, que nos acolheu, desejo todo sucesso do mundo sempre à Curiúva! Uma cidade maravilhosa, um povo maravilhoso. E também sucesso aos nossos governantes. Ao nosso prefeito Christiano, e também aos vereadores, que estão empenhados em construir uma cidade melhor, para que o povo de Curiúva esteja bem, more bem e tenha sucesso em todos os âmbitos, tanto trabalho, família, lazer e tudo mais. Sucesso a todos!”.
O Sindicato Rural Patronal de Curiúva e Figueira tem a presidência de Luiz André. A família tem também a Borenelli Café.
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