Trajeto até chegar à formatura, trajando beca, chapéu e botina
2020-05-25 às 15:23:33) Uma conversa ainda na semana passada com Tiago Talevi Pereira da Silva, traz a história de vida bem interessante de Braçudinho, como é mais conhecido, o filho de Antônio Pereira da Silva (Braçudo), tropeiro e um dos líderes do Grupo Tropeiro NSra. das Brotas, e de dona Zeni de Jesus Talevi.
GRATIDÃO À TRADIÇÃO!
Assim como fez Kauany Sousa, de 24 anos, de Mossoró, no Rio Grande do Norte, que ergueu uma enxada durante sua entrada na cerimônia de formatura do curso de Serviço Social, na UnP (Universidade Potiguar), Tiago, no seu idêntico momento em 2018 no curso superior de Tecnologia da Automação, o fez, em relação à difusão e vida no tropeirismo, compondo sua sua beca na grande festa, o chapéu e a botina.
Com 25 anos, nascido em 27 de novembro 1995, a iniciativa dele, assim como a moça da enxada, foi uma forma de agradecimento aos pais pelo esforço no trabalho na roça, que o possibilitou este diploma.
“Meu pai sempre foi uma pessoa humilde e me ensinou a ser da forma que eu sou. Então uma coisa que levo comigo, é preservar aquilo que sou. Não adianta eu vir num tal, e não ser aquilo que eu represento... aquilo que eu sou. Então, eu fui me formar de chapéu e botina. Mas é o jeito que eu convivo, é o jeito que você me vê pra lá e pra cá, é o jeito que você me vê no rancho, então, é o que a gente é, e a gente tem que levar isso pra frente”.
Ele disse, que mais que, ou tão importante que a formatura, foi a presença de seus pais na foto, porque eles ficaram muito felizes de ter um filho formado. A postagem dele se deu quase um ano depois, porque a empresa fez essa entrega do álbum, tardia. Ele sempre foi ligado aos feitos do seu pai, seja arrumando e montando cavalos, cuidando de gado, porcos e demais criações.
Ao falar de suas raízes e do 16ª ano do Papai Noel Tropeiro, que deveria acontecer este ano, mas por enquanto, nada se sabe no Brasil todo para eventos dessa natureza, recordou-se de um feito em Castro, quando ainda criança, foi entrevistado por um canal de TV.
SAÍDA DA FAMÍLIA DO CTG
Lembrou com carinho quando na infância, pediu um dinheiro ao pai, que vendia alface, na época em que moravam nas dependências do CTG, aonde hoje é o IFPR, para comprar doce. Claro que recebeu, mas o patriarca o chamou num canto e explicou que ele sempre teria tudo o que quisesse, mas que importante seria aprender a trabalhar para conseguir, por próprio esforço. Ensinou-o a plantar alface! Com 45 dias lá estava Tiago, em idade média de seus 9 anos, as vendendo, e pela proximidade do bairro, e simpatia que aquela criança esbanjava, conquistava amigos e fregueses no Jardim Bandeirantes: “No começo, eu tinha um pouco de vergonha. Eu ia na casa de quem estudava comigo, mas depois eu embalei, e peguei gosto na coisa, não é! ”. Algumas pessoas ele ainda lembra o nome... eram seus fregueses a Dona Maria, Edite, o seu Martelo, conhecido como Incrível.
Ele começou a estudar no Euclides Marcola, no Bandeirantes, também no Custódio Neto. Foi no período Sesi/Senai, que houve a mudança do CTG em relação à sua família. Ficaram sem onde ir. Lembra com certa tristeza, mas foram tempos, apesar de difíceis, hoje somente na lembrança: “Meu pai foi morar, pra cima do barranco, praticamente, e eu, com minha vó. Confesso que eu tive vontade de desistir de tudo! Eu não queria ficar separado de pai e mãe”. A mãe fez companhia ao adolescente, para que este desse continuidade aos estudos. Morou na casa da avó, e tinha o tio Joani Talevi (In Memorian), que o ajudava em tudo. Ele estudava cedo e a tarde, e fez no Senai, curso de Técnico de Segurança. O fato de na época não ter internet favorecia estar na casa da avó.
Nas épocas difíceis especialmente, como foi a retomada da família pós CTG, algo que nunca deixou de receber de seu pai, foi o sorriso carinhoso. Família, disse ele, é tudo, referindo-se com carinho também à mãe, Dona Zeni.
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