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SEU ZÉ FRANGUEIRO É PIONEIRO DO SOCOMIM

Enxada aos seis anos de idade e amor ao volante

2022-12-10 às 11:11:46) O primeiro entrevistado do Caderno Especial de Natal deste ano de 2022 é José de Oliveira, ou como mais é conhecido, o Seu Zé Frangueiro. Nascido em 02 de maio de 1929, em Pederneiras (SP), é um dos pioneiros do bairro Socomim, em Telêmaco.

Pai de Maria Aparecida de Oliveira, Sofia Isaura, e Alzira, os netos Rosalete e José António são filhos do coração. Acompanhou também a entrevista, o esposo de Rosalete, Rosnei Batista Borges.

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“E de lá viemos direto para Londrina. Quando chegamos lá, deveria ter umas cem casas mais ou menos, mas só ranchos de palmito”. Vieram seus pais e avós! Eles são em 13 irmãos, mas apenas ele, vivo. Inclusive, ao término da entrevista, se emocionou ao comentar de sua última irmã que estava viva, Nice, e que faz um ano que é falecida.

Quando ele tinha 14 anos, sua família sai da Capital do Café, e vai para Assaí. Com o falecimento da mãe dele, vem primeiro à Tibagi, em viagem a cavalo que durou quatro dias e meio – ele e Deus-: “Comecei a trabalhar nessa estrada que veio de Tibagi e foi até Apucarana, 9 anos, na pá e na picareta. Naquele tempo foi feita a braço de homem! Foram três anos na cidade”. Foi pra Serra do Cadeado, e depois, retorna à Tibagi, aonde foi trabalhar na pedreira, “cortando pedra” e já tinha completado 17 anos. Nas terras que futuramente seriam Telêmaco, mudou-se para o KM 28, que era um dos acampamentos da Klabin: “Lá eu fui cortar lenha”. Já, lá, trabalhou na empreiteira do Zé Mineiro, na pedreira, por um ano. Ai, vem para trabalhar com caminhão na Lagoa, “com Chiquinho. A firma dele era a F.A.” e como ajudante, carregava o caminhão, e no braço: “Cheguei lá, e eu consegui os documentos, fui à Curitiba”. E com isso, entrou na Klabin.

Ele passou a ser motorista, nesta época, quando trabalhou direto na fábrica, e assim foram oito anos, que se iniciaram quando ele estava com seus 21. Nessa época, com Alfa Romeo, puxava madeira de Rio Branco do Ivaí: “Quando o Klabin vendeu a frota de caminhão, nós saímos em 27 motorista num dia, isso em 1959. E depois, eu nunca mais trabalhei de empregado, graças a Deus!”.

Da, ainda Cidade Nova, lembra ele que a primeira passagem era feita com bote, “depois foi a balsa, e em 56, foi que construíram a ponte” Na Klabin, seu primeiro chefe foi Alberto Elhert, que era o pai de Alfredo Elhert, chamado pelos amigos, de Alfredão. O outro chefe que teve, em seguida, foi Leopoldo Voith, pai do Dr. Lineo: “O Dr. Lineo, falecido, conheci ele quando ainda estava estudando, na escola na Lagoa, aquele tempo”.

Antes de vir à Socomim, de onde é um dos pioneiros, o entrevistado morou na Bela Vista, depois perto do Banco do Brasil. “62 anos que moro aqui. Aqui nesse lugar... sem sair daqui!’

Ao casar com Dona Ivone (In Memorian), ela tinha 16 anos. Ele ai, fez um intervalo em sua vida, porque precisou ir servir o Exército, e foi com 17 anos e sete meses, para o quartel.

Ao falar dos filhos, cita com muito carinho os netos, referindo-se à Rosalete, que é neta, mas tem como uma filha, no coração, e emociona-se! Ela é filha de Cida, e também irmã de José António, da mesma forma, neto, mas filho do coração. Seu Zé tem 20 bisnetos, e 3 tataranetos.

 

 

PROMESSA POR TER COMPRADO E PAGO O CAMINHÃO, LEVOU PESSOAS À APARECIDA

Além de fretes, e muitas viagens de madeira, Seu Zé também fazia viagens para levar grupos, muitos da igreja, para piqueniques. Antigamente podiam ser transportadas pessoas encima da carroceria.  “Em 04 de outubro de 1965 (Nota: eu, que aqui escrevo, nasceria 16 dias depois) eu comprei um caminhão, da Slavieiro! Recebi aqui o caminhão! Levei um ano para pagar. Mas foi puxado... De dia tinha um ajudante e um motorista que trabalhava, e de noite, um ano... um ano eu ia pro mato, direto (carregando madeira)... só eu e Deus... por um ano, sem perder uma noite! Chegava 4 e meia, 5 horas, entregava o caminhão, e eles íam. Ai terminei (de pagar)”.

Continuou ele: “Aí quando foi em 67 (1967) eu fiz uma excursão para Aparecida do Norte, com o caminhão. Levei junto o motorista, o Bodão... conheceu? Eu saí daqui com 42 pessoas... fui e voltei sem cobrar um tostão de ninguém”. Isso foi promessa!”. O esforço dele ainda não se resumia a isso, como se já não fosse muito: Ele ainda tocava o bar, anexo de onde mora.

Ele parou de dirigir fazem mais ou menos uns 2 anos, porque ao sair com sua camionete, um carro idêntico ao dele, o atropelou, e lhe imprensou, quase que na saída de sua garagem, deixando-o três meses sem andar.

Seu Zé não esconde que sempre foi um homem de pouca conversa, mas sempre, isso este jornalista sabe, muito educado e cortês.

 

“PRIMEIRO BRINQUEDO FOI A ENXADA PARA CARPIR COM 6 ANOS”

Perguntado qual foi o primeiro brinquedo que ganhou de seus pais, disse que fora a enxada, e aos 6 anos, para carpir.

Outra lembrança dele, foi que entrou para trabalhar para João Siqueira: “Três meses para puxar tora para serraria... acabei ficando 13 anos”.

Falando dos costumes entre pais e filhos, que bastava um olhar dos partriarcas para as crianças saberem que não podiam fazer isto ou aquilo, de um respeito enorme, informou também, que nos tempos em que começou o seu bar, a Klabin não cobrava nem luz, nem água de ninguém!

Seu Zé desejou a todos um Feliz Natal e próspero Ano Novo.

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