Aposentada, ex-diretora do Wolff fala do ser Mãe e de filhos que se tornam, os alunos
2021-05-09 às 08:00:15) Em um ano a mais, o segundo, que esperamos seja o último, que festejamos o Dia das Mães em estado de pandemia de Covid19, trazemos uma simples, e justa homenagem através de entrevista, com as duas áreas que mais afinco foi exigido, dentro do desempenho de suas funções, que foi a Saúde, e a Educação. Agora, uma conversa com a professora Eny de Lourdes Ribeiro Tavares. Ela que antes de se aposentar, foi diretora do Colégio Wolff Klabin, por 13 anos.
Natural de Manoel Ribas, nascida em 22 de novembro de 1950, é casada com Osni Antonio Tavares, e tem quatro filhos, sendo dois homens e duas mulheres.
INÍCIO NO MAGISTÉRIO EM ESCOLA MANTIDA PELO EXÉRCITO
Formada em Letras Português/Inglês pela UEPG, foram quatro anos de Universidade e neste período, trabalhou no Instituto Educacional Duque de Caxias, em Ponta Grossa, mantido pelo Exército, e com crianças orientadas dentro da doutrina Espirita, fato que influenciou em sua fé, sendo hoje espírita. Eram 198 meninos e uma menina. Era difícil a permanência de professores lá, e ela conseguiu lá estar, durante seus quatro anos de Letras. “Se me perguntar se eu tive alunos importantes, alunos de destaque, sim... tive, e muitos, mas eu tenho um carinho muito grande por aqueles que são muito simples, e que passaram em minha vida”
A VITÓRIA DO PRÓXIMO A ALEGRA
“Nunca fiz questão de falar pelo posto (de direção), e querer aparecer. Sou uma pessoa simples, sou do povo, sou mãe, sou avó, sou amiga, defendo meus princípios, defendo meus amigos, e pode ter certeza: nós vamos conversar abertamente, sobre tudo o que você quiser!”.
Disse ficar feliz com a vitória do próximo, e não aceitar quando vê, alguém se alegrar com a derrota do outro, pelo fato de sermos todos seres-humanos, e filhos de um mesmo Pai. Citou seu princípio: “Se você está bem, que bom... um a menos para eu me preocupar”.
DO MEC EM TELÊMACO
Trabalhou por 13 anos no MEC, que tinha nas dependências da Prefeitura, um espaço, e quando Collor assumiu, ela retornou ao município, e foi para o Estado, e ao Colégio Leopoldo Mércer, naquela época, Estadual. Antes disso, ficou dois meses na Educação do Município, e convidada pelo então prefeito Carlos Hugo Wolff Von Graffen, que por ela não ter votado nele, escutou deste: “Eu sou político, e não sou politiqueiro!”, quando a deu um cargo de confiança, no caso no Mec, e atendia além de Telêmaco, também Ortigueira, Reserva, Curiúva e Tibagi. O cargo dela era supervisora de área.
Leopoldo, a primeira direção, que assumiu, logo que chegou. Após fechar o colégio, que se tornaria uma escola municipal, ela foi ao Wolff, também na direção, de onde saiu em 2016. Foi no governo Jaime Lerner o fechamento do Leopoldo, como estadual.
ENSINO RELIGIOSO
“Existe uma disciplina no Estado, chamada Ensino Religioso, e ela não é pra trabalhar, ensinar ler a Bíblia e interpretar. Essa disciplina é pra você ensinar valores, essa disciplina é pra você ensinar a pessoa a ser gente, a ser reconhecida e ser valorizada, e eu gostava muito de falar com eles”.
EDUCAÇÃO DOS FILHOS E DISCIPLINA
Criou-se um hábito em sua casa, de sempre seus filhos terem livros como companheiros, e um deles, hoje médico, lembra-se ela que ele leu “Os espetáculos que marcaram a vida”, e o outro filh, “Tonico”. Uma de suas filhas, que mora em Curitiba, pediu a ela que a enviasse “Olhai os lírios do campo”, dizendo, devido a pandemia, “estar saudosa”, e que queria relembrar o tempo em que, na semana em que liam determinados livros, a rodada de explicação à matriarca, do que eles tratavam. Os outros dois filhos também leem direto.
CELULAR: “Não sou contra celular, mas ele tem que ser bem usado. Tem que ter o momento para ele. Um momento de reflexão, um momento família, momento de oração, momento de conversar. Eu não admito na hora da comida, você ficar com celular na mão... Misericórdia!”.
Lembrou que na semana passada, a neta Natália, de oito anos esteve em sua casa e após dois anos sem a ver, Eny pediu benção, e de mãos juntas, e a aconselhou fazer o mesmo, quando com a mãe. Luiza, que vai fazer nove anos, teve uma cirurgia do coração, e na época, na UTI, ela disse ao seu pai não se preocupar, expressando: “Papai, eu já sarei... Jesus já me curou!”. Ela se encontra maravilhosa hoje! Já, de Matheus, de sete anos, gosta de enduro e é um dos companheirinhos da avó e do avô. Sofia, que fará cinco anos, e é a polaca que a vó chama, fez um talho no cabelo nesses dias! Gustavo, de 5 anos, é um milagre a vida dele, e é uma graça de menino. Esses dias também, chegou na casa da vovó e lendo a camiseta dela, foi questionado: Gustavo, você está lendo, e respondeu... sim vovó...eu já sei um pouco!”.
Marlon, primogênito, formando em Administração, atua no ramo da madeira, e é casado com Sheila, que é formada em Educação Física: Eles têm a Júlia e o Gustavo.
Rodrigo, o segundo, é médico e atua no SIM. Ele é casado com a gastro-pediatra Dra. Lívia: São pais de Ana Luiza e Sofia.
A Cristiane tem a formação em Letras e Pedagogia e é mãe de Natália.
Fernanda, a quarta filha, é formada também em Letras, e Sociologia, mas optou por atuar na área de Radiologia. Seu esposo é o Márcio, e eles têm o filho Mateus. Respondendo se os netos são as alegrias da vida: “Não tem nada melhor no mundo, que essas crianças!”.
ALUNOS E PROFESSORES: CONFIDENTES E VERDADEIROS PAIS E FILHOS
“Quantas confidências, quanto desabafo, quantos desesperos”, ao ser questionada de como escutam tantas coisas que saem do coração dos alunos, e acabam sendo mais que família, por vezes. Meninos homossexuais, e mãe de menina que engravidou e que a procurou, foram alguns dos muitos casos marcantes.
Neste sentido, disse que os casos de homossexualismo, gravidez na adolescência, são de mais fáceis diálogos, quando acontece, mas que ao entrar-se na questão da droga, complica-se! “Te digo uma coisa: a droga, menino, sai fácil... menina (balança cabeça com sinal de negativo!). Meu Deus amado... Que triste que é isso!”.
Das amizades que fez e faz, do convívio com os alunos, da saudade que sente do Wolff, chega a uma conclusão, que este sentimento e esta gratidão, são os melhores salários e que não têm preço: “Eu vou nascer de novo, isso eu tenho certeza, e na hora que eu voltar pra terra, eu vou pedir ‘eu quero ser professora’”. Tendo dois médicos na família, disse que sempre falava as suas, na época, crianças: “Deus devia estar muito inspirado, quando criou duas profissões. Uma que cura o corpo e outra que cura a alma. O professor, que sabe até onde deve ir, e que defende, defende e defende, e o médico”.
Quanto a pandemia, disse que ela veio, e para nos deixar mensagens e reflexões: “Essa pandemia é um recado muito sério de Deus... não tenha a menor sombra de dúvidas. É um momento da gente voltar pra gente mesmo, e elimina os vícios e as coisas erradas, que não fazem bem pra gente mesmo”, dentre outras atitudes.
LEIA TAMBÉM:
--