2018-12-10 às 09:00:03) Nascido no dia 27 de fevereiro de 1945, em Telêmaco Borba, mesma cidade em que hoje trabalha, foi diretor dos seminaristas maiores (divisão equivalente a idade e série dos internos) no seminário Redentorista em Ponta Grossa e lá, lecionou de dois a três anos, Matemática: Literatura e Oratória, dentre outras disciplinas. O padre Ângelo Schemberger concedeu entrevista para o Especial de Natal do site Oberekando! Veja, topicalizada, como foi a conversa:
VOCAÇÃO
Foi coroinha, na Harmonia, quando dos padres Joãozinho, Chiquinho, e Patrício, sendo Chiquinho o responsável por este grupo que auxilia nas celebrações. “E nós tínhamos um time de futebol e tinha um campo atrás de igreja onde sempre jogávamos e um dia ele me convidou para conhecer um seminário que funcionava lá na Escola Agrícola, em Tibagi. Fui lá e no ano seguinte, entrei para o seminário”.
Quando criança, antes disso, ele estudou no Manoel Ribas.
DIA DE IR EMBORA E VIDA NO SEMINÁRIO
Ainda se lembra o dia 19 de janeiro de 1959, em que entrou para o seminário: “Peguei a jardineira do Paladino em frente à pensão de minha mãe”, na Harmonia. Ele estava próximo a completar 14 anos.
Perguntado se (como seminarista) trabalhou preparando o local que hoje funciona a Universidade Tecnológica do Paraná, onde foi o Cefet anteriormente, mas primeiramente, o seminário do Santíssimo Redentor, em Ponta Grossa, encerando chão e fazendo limpeza na espera das gerações que viriam, de futuros seminaristas, confessou que sempre foi de grande estatura, e isso o fazia ser levado para trabalhos que exigiam mais força: “Já entrei nos maiores e eu fui trabalhar arrancando troncos de eucalipto”. Levava-se de duas a três semanas para se arrancar um toco, lembrou.
Sua ordenação sacerdotal aconteceu em 1972, no dia 24 de junho: Ano que vem vou fazer 47 anos (de vida sacerdotal) e estou me preparando para 2022”, fazendo alusão aos 50 anos – Bodas de Ouro.
Uma revelação: no começo os pais não queriam que ele fosse para o seminário, mas ai, eis que acontece o nascimento da sua irmã, que hoje tem 60 anos, a Malisa, e isso de certa forma, amoleceu o coração dos pais: Ela nascia em 10 de novembro de 58, e ele partiria em 19 de janeiro do ano seguinte.
A saudade de casa também apertou ao telêmacoborbense, na fase dos estudos, e quando foi pedir ao diretor para deixar o seminário... “na hora H não tive coragem!”. Das passagens do seminário, inesquecíveis, estão os passeios, como para a localidade do Alagado (PG) e que eles davam nomes em Latim, para alguns lugares à beira do Rio Pitangui. As férias para a casa dos pais, eram somente após três anos, mas nessa época, anualmente, um passeio na Praia de Leste, por uma semana: “Íamos de ônibus até Curitiba, de trem até Paranaguá (...) e de Paranaguá para o destino final, íamos na caçamba de um caminhão”. Eles levavam lanche como almoço, eram hospedados no Museu em Paranaguá e a noite assistiam filmes. Respondendo como foi se deparar com o aprendizado do Latim, como aluno que era, disse que oi muito bom, “porque com a aprendizagem do Latim, aprendi muito sobre o Português”. No penúltimo ano fez a tradução das obras “Cícero”, Cezar”, mas confessa que nunca gostou do Grego.
JÁ SACERDOTE
“Como nós sempre falamos, do primeiro amor: O primeiro local onde fomos trabalhar, e foi Aquidauana (Mato Grosso do Sul)!” Lá esteve por dois anos e meio. Foi lá onde conheceu o Cursilho de Cristandade, o PLC, trabalhou com jovens e com ajuda de casais, formaram uma equipe para trabalhar com adolescentes.
EM PONTA GROSSA NO SSMO REDENTOR: No seminário, como diretor dos maiores, disse que sabia que quando os estudantes escutavam os passos dele, já paravam a bagunça. Era a mesma situação no dormitório: “E também muitos pensam que eu não sabia que fugiam para a Baraúna (Bairro onde se localizava o seminário), que entravam no pomar para pegar pera, ameixa e tudo mais!”. Antes de vir para Ponta Grossa, meio que resistiu, pois estava muito contente em Aquidauana, mas tratou-se da obediência e necessidade.
Um momento engraçado foi quando, solicitado pelo padre “Jofrô” para que lecionasse Matemática, Ângelo disse que não conhecia nada “dessa Matemática”, e ele lhe respondeu que preparasse as duas primeiras aulas e que ele não se preocupasse, que ele estaria sempre na frente, especialmente devido à repetição para que houvesse o aprendizado.
Das viagens que fez, esteve nos Estados Unidos, quando cursou Filosofia e Teologia. Ai lembrou em um outro país e brincou: “Fui ao Paraguai!”. Ele esteve lá para a ordenação de um colega de classe, que já deixou o sacerdócio. Quando partiram aos EUA, foram quatro brasileiros e quatro paraguaios, e só foram ordenados, dois de cada país. Hoje só restam dois brasileiros e o padre Candia, paraguaio. Este brasileiro é o padre Chico Cáceres, que está em Aquidauana. Hoje, Vitor Fleitas e Ramón Toledo são grandes amigos.
Perguntado como vê o padre Primo, hoje pároco em sua cidade natal, disse que ele é muito bom, e revelou, em primeira mão, uma excelente notícia aos paroquianos: “E ele vai ficar por mais quatro anos!”
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Do número decrescente de vocações sacerdotais, em relação ao que era no passado, vê a vida moderna e o materialismo que se impõe sobre os jovens, mas existem vocações: Hoje está a Congregação na Província com onze teólogos, e devem terminar o Noviciado mais cinco ou seis: “Não é mais como na minha ou na sua época que iam 50 ou 60 e sobravam 2 ou 3. Vão menos mas já são mais de idade e mais consciente do que querem na vida”.
O padre tem sua sobrinha, Su, que é uma ciclista com provas nacionais. Ela é esposa do odontologista Elias Zatar. Numa mensagem aos seus familiares, disse que, mesmo não se encontrando tanto, ainda assim sempre estão juntos, “principalmente na celebração de meu aniversário”, destaca. “Também quero deixar a todos meus votos de um Feliz Natal, com as bênçãos do Menino Jesus, que habite no coração de cada um, e um Feliz Ano Novo, com plenas realizações de seus sonhos, e que o próximo ano seja melhor para nós, tanto espiritualmente como materialmente, e que nós possamos caminhar juntos, levando a mensagem de Deus, a todos!”.
Num bem humorado momento, ele respondeu, perguntado, qual era a estripulia que deixava os pais da criança Ângelo, de cabelo em pé, e disse que era de brincar de carrinho de quatro rodas, carregando mercadoria do armazém para casa, e tombar com esse carrinho.