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MARISA ALONSO: UMA VIDA DA SANTISTA, POR TELÊMACO

Guarda Mirim, Câmara, SOS e espírito sempre cidadão 

2021-12-10 às 00:05:14) A terceira entrevistada neste Caderno Especial de Natal, e não menos importante, é Marisa Alonso Carneiro. Dentre tantas atribuições que já teve, foi vereadora, e atuou na Guarda Mirim por 20 anos. A perda, no período de cinco anos, do esposo, e depois, do filho primogênito, a trouxe choque, mas, que se ameniza, com cada sorriso de gratidão de ex-alunos dos locais que atuou, como foi também na SOS, e claro, o carinho da família! Ela nos deixa, lições de amor e cidadania, na conversa abaixo!

“É um prazer enorme, e até me emocionei, porque depois que a gente para de trabalhar, a gente fica esquecida pelas pessoas, então quando você me convidou, jamais eu iria dizer pra você, não!”, ao falar de estar inclusa, com alegria, neste ano, no Especial.

 

O QUE É O NATAL PARA A SENHORA?

A pergunta que em geral deixa-se para o final, no caso dela, foi feita logo de início, e respondeu que o Natal para ela, é reunião em família! “Primeira coisa é a família que se reúne, para comemorar ... o que? O nascimento de Jesus! Mas, eu confesso pra você, que ultimamente, desde a morte de meu marido e meu filho, que você sabe, o Natal para mim, se torna muito triste, mas eu me apego muito com Deus, com Nosso Senhor, com Nossa Senhora... tenho uma fé imensa, então para mim, Natal, chama-se família”.

 

DE SANTOS, PARA TELÊMACO!

Nascida em Santos, precisamente, São Vicente, no dia 22 de dezembro de 1942, é torcedora do Santos – não destoando sua origem... no Paraná, é Athético Paranaense. Declarou seu amor total à cidade em que chegou, quando estava quase com 14 anos, Telêmaco!  Disse que o pai era meio nômade, e que costumava ele, ir, aonde tinha trabalho para os filhos, sendo que ela tinha, três irmãos homens. A primeira cidade onde pararam foi Venceslau Brás, e ai escutando falar da fábrica de papel em Arapoti, veio para ela. Lá, era inspetor de quarteirão, uma função não remunerada, que de certa forma, tinha incumbências tal qual delegado. Em seguida, para a Klabin, em Telêmaco. Na verdade, chegou aqui, primeiro, o tio da entrevistada, para em 1954, vir o irmão dele, no caso, o pai de Marisa. Não existia Telêmaco... era Cidade Nova, e só existia “aquele pedacinho” do Bela Vista. Os irmãos dela, entraram na Klabin, também, e seu pai, era empilhador de madeira no Pátio T, da papeleira – e era no muque (Braçal)! Ele também foi guardião na Macopa, e mesma função teve na Contil.

 

PROFISSÕES

Ela trabalhava na farmácia com o Sr. Francisco Pucci, que se localizava na Avenida Paraná, quando ainda era rua de terrão, e povoada da hoje padaria para baixo. Devido sua espontaneidade e desprendimento, como lá era cliente o Sr. Mário Gondin, ele a convidou para que fosse telefonista na Territorial, que pertencia à Vale do Tibagi, e era ao lado da antiga Montalve, que tinha anexo a Rádio Monte Alegre, aonde hoje é o Verona, ao lado da Antiga Igreja Matriz.

Seu turno eram todos os domingos! Como faleceu uma das telefonistas, passou durante a semana. Neste interim, Iracy Trevisan Rosa, a convidou para ser técnica de som, na rádio. Vinda de uma família muito pobre, segundo ela, “paupérrima”, de catar serralha para servir de refeição, e com apenas a terceira série, almejava subir na profissão, e ficou muito alegre, com o convite. Como Iracy saiu, “ficou o santo de meu amigo, Joaquim Batezatti”. Numa ocasião, o locutor Osvaldo Santos pediu que a entrevistada anunciasse ao microfone, e no ar – o prefixo da rádio e a atração musical, pois improvável seria - que naquele dia de chuvas com forte trovoada -, que Batezatti estivesse ouvindo, em sua casa. Eis que o improvável aconteceu... Chegando no dia seguinte, o chefe baixou o óculos ao a encontrar de pé, fazendo técnica, e pergunta quem fora que falou ontem, às 18 horas! “Foi eu!”, respondeu ela. Ele então a manda embora, para que pudesse, naquela mesma tarde, as 2 horas, iniciar na locução! Quando se despediu da rádio, já estava casada com Cesar, e esperava o primeiro filho, Fernando.

 

NA VIDA PÚBLICA E PREFEITURA

Quando ela entrou na prefeitura, foi no mandato de Tranquilino Guimarães Viana, e disse que até hoje sente falta deste casal, completo com Dona Ivone: “Se hoje eu sou aposentada, que Deus dê o lugarzinho, o céu, ao casal, porque foi através deles”.

Iniciou no Decas, aonde hoje é a Assistência Social, mas no local de marcação de consultas. Olhando Ivone, o desempenho dela, com o público, a levou para dirigir o SOS (Serviços e Obras Sociais), que era um anseio do casal, Tranquilino e a Primeira-dama. Foram ela, e a professora Auristela Torres Feitosa, que era Inspetora de Educação naquela época, fazer um curso em Ponta Grossa, quanto a isso. Atendendo crianças de 07 a 14 anos, pela primeira vez, o SOS foi instalado no porão da Concha Acústica. Ali, 8 anos de vida, dedicados por ela! Com a mudança de prefeito, também as incumbências e locais, e dessa forma, esteve também no Posto de Saúde do Jardim Alegre. Nova mudança de administração, foi enviada para a Cultura. Nos 3 anos, festas e o ballet eram suas obrigações... “Mas eu gostava de lidar com gente... e um dia me chamaram que iriam me mandar pra um outro lugar pra eu ir trabalhar, e daí eu fiz que nem o sapo, e disse que não mandando para a Guarda Mirim, que me mandem pra qualquer lugar: ‘ah, você não quer ir pra Guarda Mirim?... então se apresente lá, amanhã, às 8 horas... fiquei 20 anos na Guarda Mirim”

Qual sua alegria, quando nos dias de hoje, encontra os ex-alunos, já casados, e que apresentando, por exemplo, seus filhos já com 10 anos, a falam que eles querem ‘também’, ir pra Guarda Mirim. O sonho dela, é ainda trabalhar com adolescentes!

Na política, no PTB, Osnildo a convidou para compor a porcentagem, também, de mulheres no partido. Foi a mais votada da legenda, com 642 votos. O tempo que seu filho demorou para ser devolvido à família, quando esteve seu corpo no IML em Ponta Grossa, tornou-se um juramento, disse ela, que fez no caixão, a ele, que seria sua batalha, o IML na cidade, e que o primeiro projeto neste sentido, partiu dela. Já, a Praça da Família, também anseio dela, o nome e objetivo, se deu porque já havia a Casa da Cultura... porque também, a Praça da Cultura?  Comentou Marisa de suas iniciativas, como duas ruas no Jardim União, também a Rua Cidade Nova, as devoluções de verbas da câmara em sua época, com a presidência ainda de João Ernesto, quando compraram carros para postos de saúde e em outro ano, caminhão que podava arvores e já fazia o corte das madeiras. A recomendação que fazia a sua assessoria parlamentar, era que sempre atendesse de forma especial, ao povo.

 

O CASAMENTO

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Conheceu o esposo, Cesar, através do irmão dela, que eram amigos de trabalho, na Klabin. Ele falou que ela iria num baile, pois lá, o conheceria. O pai, espanhol bravo, chegou no namorado, e o solicitou se poderia o casamento, ser marcado, e seis meses depois. Isso deu-se em 15 de fevereiro de 1963.

“Se Deus me der uma chance novamente.... Se Deus me desse uma chance novamente, eu queria casar com meu marido, novamente!”, e completou: “É verdade... eu era muito feliz!”.

 

MORTES: ESPOSO E FILHO

Cesar morreu em 30 de setembro de 1999, e ela lembra bem que ao enterrar o esposo, disse Fernando, abraçado a ela, que apenas abriria o túmulo quando ela ali fosse colocada... “e no final foi aberto o túmulo para colocar o meu filho... isso que doeu mais, né?” O acidente do filho, cinco anos depois que se fora o pai, recordou Alonso, foi no dia que ela venceu as eleições, como vereadora. Tinha Fernando, 39 anos, quando faleceu.

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Dos filhos, teve Fernando, que quando chegou a 1 ano e 8 meses, teve sua mãe, uma dupla gêmea, o Rynaldo e Ronaldo, tendo atacado meningite nos dois, e ficou apenas Rynaldo. Ele reside hoje em Três Lagoas (MS), casado com Adriana, e tem dois filhos, sendo um já engenheiro – Vitor Hugo - e a filha, Cecília, cursa o segundo ano de Engenharia da Computação. 

Fernando deixou um casal, sendo a Fernanda e o Bruno. Eliete, é a mãe deles. A filha de Marisa, Dra. Jaqueline, é conhecida advogada, casada com Felipe. Ela, tem dois filhos, Theo e Enzo. No caso do segundo, um exímio pianista, e que a filha, teve a bondade de deixar com Marisa, para suprir o momento dela, de perda do filho Fernando, e se tornou, o neto filho.

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Ao encerrar o bate-papo, desejou a querida cidadã Marisa Alonso, um Feliz Natal a todos, e aconselhou aos jovens e adolescentes, especialmente, que estudem e evitem descaminhos. Fez questão de, tocando seus cabelos brancos, explicar que por vezes, isso se torna motivo para muitos acharem pessoas de sua idade, sem contribuição à sociedade, mas que ela, Graças à Deus, e abona aqui o Oberekando, também, muito tem feito em prol do seu povo!

 

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