Aos 15 anos, ele e suas lives circenses, e agora, uma grata surpresa na Nadepar, no Atletismo
2022-04-01 às 00:03:26) às Neste especial dos 8 anos do Site Oberekando, uma entrevista com o vereador Jandaiense, Bruno Cavassani, e aqui, com Juarez Gabriel Miranda Franco de Lima, ao lado de seus familiares.
Gabriel, que imitou o pai – Juarez Franco de Lima, no nome, tem 15 anos de idade, e nasceu em 10 de março de 2007. Amante da arte circense, também tem se destacado no atletismo, na Nadepar, que é o Núcleo de Atividades e Desenvolvimento do Paradesporto. Graças aos familiares, pode se afirmar com muita tranquilidade, e até mesmo alegria, que diariamente, ele faz de seu autismo, na prática, verdade o ditado ‘fazer do limão, uma limonada’.
Sempre alegre, de bem com a vida, suas lives caseiras retratam além do que foi acima citado, temas como a fé, quando em algumas, fez leituras e reflexões bíblicas. No aniversário da cidade, ele extravasou, e dispendeu muita energia, dançando e pulando.
A mãe, Cleusa Aparecida Gonçalves Miranda, que nasceu em Reserva, ao explicar do carinho que todos têm pelo seu filho e do quanto ele gosta de circo, disse: “O Gabriel é um menino especial, portador de autismo leve, e muitas pessoas sabem, e a maioria não sabe, porque ser autista é normal, não tem diferença nenhuma, porque os cuidados que a gente tem com uma criança normal, tem com ele também, e desde pequeno ele pediu pra ir no circo, e sempre gostou muito, e daí ele começou a montar o circo dele, do jeito dele. Ele mesmo monta, ele mesmo se veste de palhaço, ele mesmo faz a maquiagem dele! Faz tudo sozinho, e criou esse amor pelo circo. E além disso, ele também faz atletismo, e graças à Deus, ele tem se destacado bem”.
Quando a inclusão dele na Nadepar, só elogios da mãe, às pessoas maravilhosas deste grupo, pois “quanto mais você convive com eles, mais amor você consegue pegar neles, porque eles te dão muito amor, te transmitem muito amor, e você aprende a amar a eles também. Então pro Gabriel está sendo muito importante tudo isso!”. Ela também enalteceu o trabalho do coordenador da Nadepar, Anderson Rogério Wendt, o Belo, e a professora Silvana Dias, citando-os como pessoas muito carinhosas e de muita responsabilidade, além de extremamente cuidadosos: “Então, só tenho que agradecer a eles, pela oportunidade que eles estão dando, para esta benção!”.
Gabriel não escondeu a alegria do carinho que recebe das pessoas, e foi sincero: “Na verdade, gosto de chamar a atenção! E no circo, faço balanço e faço malabarismo”, dizendo que neste, ainda faz errado. Perguntado, disse que quando se veste de palhaço, sente uma grande alegria.
O pai, vendo que o filho era hiperativo, - este foi o primeiro diagnóstico dado -, tratou de comprar um computador para que o então pequeno, pudesse se acalmar e se assentar, porque amava ficar somente em movimento... Foi medida acertiva deste pai, que o deu alegria.
Aluno naquele tempo, da Escola Maria Emilia Steiger, no Santa Rita, além de lá, aprender também computação, hoje, em casa, ele faz tudo, quando de suas lives: “Ele tem as suas limitações, mas ele se desenvolveu bastante, e agora que ele está tendo oportunidade com este programa com o município (Nadepar), ele está se destacando também. Pra gente é uma alegria muito grande!”.
Dona Cleusa foi sincera, e confessou ainda não fazer parte, ela por ter Gabriel com autismo, da Associação de pais, terapeutas e amigos dos autistas (APTAA), mas é grande a gratidão dela por Carol Aleixo, que preside esta associação, por todo apoio prestado.
SEMPRE NA ESCOLA REGULAR
O filho sempre esteve em escola regular, e do primeiro ao terceiro ano, aponta Cleusa, apresentou muita dificuldade no aprendizado, até que o município cedeu uma professora pra ele. Depois disso, se desenvolveu bastante, conseguiu aprender, “e naquele mesmo ano, acabou se tornando o melhor aluno da sala”. Agora, no Ensino Médio, continua sem professor específico para ele, o que é visto pelos pais, com alegria e como um importante avanço. Outra anotação, é que, seja na Escola Maria Emília, como hoje, no Colégio Nossa Senhora de Fatima; ele se destacou por ser um aluno muito querido.
AS LIVES
O pai disse que no início, ele, o filho, começava a fazer coisas, que eles não escondem, ficavam até com medo. “Quando ele andava na rua também, a gente tinha que ficar atendendo. Inclusive, tive que pegar ele de carro umas três vezes, porque só andava correndo. E aí, o que acontece... até a gente entrar com isso na cabeça, o psicológico da gente fica abalado! Tem coisas que você não quer admitir”.
No entanto, foi através das lives dele, que o desenvolvimento se viu: “Foi interagindo com o pessoal, conversando com um e com outro, e foi indo”.
A RESISTÊNCIA DA MAE EM ACEITAR INICIALMENTE, O AUTISMO
“A minha mãe - no caso a avó de Gabriel, e também um anjo na vida do neto, Dona Maria de Jesus Miranda - notava, mas ela tinha medo de comentar comigo, também!”, confessou Cleusa, que explicou: “Tanto que a gente chegou a descobrir mesmo, quando ele estava na escola. Foi a escola que se preocupou com o comportamento dele, que era diferente das outras crianças”.
Depois disso, veio o diagnóstico por um médico de Curitiba, Dr. Paulo, que Juarez tinha autismo. Seguiu-se, o acompanhamento por psicólogo por quatro anos, ao qual teve alta.
Quando a mãe falou que achava que o neto tinha algo a ser visto por especialista, confessou Cleuza: “Simplesmente eu não aceitei. Imagine! Ele não tem nada, é normal, está tudo certo! E daí, quando caiu a ficha mesmo, foi quando Dr. Paulo falou!”.
CIRCO E ACROBACIAS AÉREAS
O protagonista desta entrevista disse que gosta de circo, e que tem vontade gravar um DVD de suas apresentações. Outro desejo dele, é fazer acrobacias aéreas. “Só de ver uma atração de trapézio, me deu vontade de fazer uma coisa”.
NO ATLETISMO, UMA DESCOBERTA: Ele foi segundo lugar em Londrina, com a Nadepar, nos 200 metros. Também participou do desafio Bro!
NO CORAL DA REDE MUNICIPAL: Outra paixão de Gabriel, é pela música, e tanto ele, quanto a mãe, têm gratidão enorme pela professora Mariane Prestes, regente do Coral, aonde o entrevistado fez parte.
O avô materno, Jorge Gonçalves Miranda, por não falar e não ouvir, mas extremamente querido, ao ver o neto amado e a família, se pronunciarem, por muitas vezes, aplaudiu-os.
(*) Criou-se pelo status quo, que desde a paralimpíada, é discriminatório usar a palavra superação, e suas ramificações! Qualquer dia, falar ‘bom dia’ terá o subterfúgio de ser expressão discriminatória! É com grande alegria que superei... que tive a palavra superação, presente em minha vida! É lindo superar, é lindo ser SUPER, diante dos desafios da vida! Esta lição, Gabriel nos dá, minuto a minuto!
--
"Quero agradecer a cada um, pelo carinho, Quero agradecer aos meus patrocinadores: Klabin, IDF, Sicredi, Center Modas, Acitel, Engenheiros Florestais Associados, Construssan, Grebserv, SindServ, Uniasselvi, Coliseu, Tecnodrive e Karisma".
LEIA TAMBÉM: