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EDUARDO LAGOS E UMA VIDA EM MONTE ALEGRE
EDUARDO LAGOS E UMA VIDA EM MONTE ALEGRE

O advogado comunicador e a aniversariante TB

ESPECIAL 58 DE TELÊMACO BORBA

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2022-03-21 às 09:43:45) Na série de duas entrevistas especiais ao Site Oberekando, em comemoração ao 58º aniversário de Telêmaco Borba, hoje, dia 21 de março, aqui, o advogado e comunicador Eduardo Herbert Lagos Bona.

Nascido na Lagoa, acampamento da Klabin na Fazenda Monte Alegre, no dia 14 de agosto de 1945, ele é filho do austríaco Karl Bona, e da brasileira Laura. Confira abaixo, o bate papo a seguir, e ao final, assista uma agradável conversa em vídeo.

“Pra mim é um prazer sempre falarmos da cidade, e sempre falarmos das pessoas que construíram, que ajudaram a construir e estão construindo a cidade. Estou sempre à disposição porque a cidade somos todos nós”.

É monte-alegrense. Seus pais, ao lado de Tito Quadrado e Dona Eloah, foram membros fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia, com bonitas histórias e passagens, além de Lagoa, por Harmonia e Cidade Nova. Ele particularmente fez parte (congregou) por um tempo. De lá, mudaram-se para Castro, aonde fez os primeiros anos do primário, inclusive, na Escola Adventista. Retornaram para Telêmaco, e estudou o Ginásio em Harmonia, “praticamente Cidade Nova”, que era chamado de Ginásio Estadual Wolff Klabin.  Na sequência, fez o curso clássico em Sorocaba, e a Faculdade de Direito em Jacarezinho: “Na época, o curso de Direito era muito difícil. Eram só capitais mesmo, e Jacarezinho conseguiu abrir uma faculdade e foi uma das melhores, não só do interior, não só do Paraná, como do estado de São Paulo. Reconhecidamente, uma das melhores do Paraná, hoje ela faz parte da Universidade de Londrina (UEL) ”.

Ele casou em Ourinhos com a radialista Fátima Ribeiro, que era locutora em Santa Cruz do Rio Pardo, e se conheceram na Rádio Clube de Ourinhos. Foi convidado, após isso, pelo “grande amigo, Marco António” para gerenciar a Rádio Central de Pompeia, indo o casal, e ficando lá, um bom tempo. Desde 2000 voltou e está há algum tempo aqui em Telêmaco.

 

NA COMUNICAÇÃO

Disse que começou em Telêmaco mesmo, quando estava com 17 anos incompletos, e como técnico de som, na Rádio Sociedade Monte Alegre. Ali, Joaquim Batezati, “a gente chamava J. Batezatti”, lhe ensinou, praticamente, “os caminhos do rádio”, pois logo depois de operador de som, passou como discotecário, e foi lhe dando as dicas. Vendo que se destacava na voz, lhe oportunizou como locutor, mas, mais como locutor repórter, e de 1962 à 65, fez noticiário ao lado de Osvaldo Santos, Douglas Ferreira, Marisa Alonso, e Orlando Galvão, sob o comando de Batezatti. Relembrou que Joaquim era pra ele, o melhor locutor e que tinha grande poder de improviso, além de rememorar, seu programa de auditório, o Clube do Pia, primeiro em Harmonia, e depois, veio ao Cine Luz, local que hoje é a Igreja Universal do Reino de Deus.

 

UM ADENDO: “VOCÊ IMAGINARIA UMA GUERRA EM PLENO SÉCULO XXI”, REFERINDO-SE À RÚSSIA E UCRÂNIA?

“Não é difícil imaginar, porque o pensamento do homem vai além de nosso conhecimento! O pensamento, a vaidade, o egocentrismo, o domínio, o poder! O que estamos vendo simplesmente é uma fome, uma ambição de poder. O mundo inteiro está contra... não vamos falar da Rússia, ... não é a Rússia, mas vamos falar do seu presidente!”.

 

MONTE ALEGRE OU TELÊMACO BORBA?

Perguntado qual nome ele escolheria para a cidade que hoje reside e que nasceu, disse que, entre outros falado pelo Oberekando, seria Monte Alegre, que informou, fora o escolhido em um plesbicito, mas a bem da verdade, o resultado não fora acatado pela Assembleia Legislativa da época, que determinou, por TB. O fato que possa mais ter pesado talvez no veredito, foi terem já, muitas ‘monte alegres’, Brasil afora. 

Depois já, de escolhido Telêmaco Borba, fora em 1968, feito este plebiscito e o nome Monte Alegre do Paraná venceu. Lago recorda-se que este nome tinha raízes e Brasil afora se sabia que a Fazenda e a Fábrica da Klabin eram em Monte Alegre, bem como o primeiro time interiorano a vencer o Paranaense, fora o Clube Atlético Monte Alegre. Vidal Peres e Marilene Blanc possuem em sua certidão, o local de nascimento, Monte Alegre. Marilene confidenciou ao entrevistado que não pede a segunda via da certidão, com medo que perca essa anotação – rara e marcante – do local que nasceu. Dr. Lagos, por exemplo, tem anotado na certidão: Nascido em Lagoa, distrito de Ventania, município de Tibagi. Falou ele, que pouca gente sabe, mas antes do atual nome que a Capital do Papel tem, foi criado o município de Cidade Nova. Seis meses depois, pela Assembleia Legislativa, a nomenclatura foi simplesmente extinta e deu-se TB. Na época, 59 cidades foram criadas, e apenas Cidade Nova fora excluída. O deputado, neto de Telêmaco Borba, que era Odilon Túlio Vargas, junto com a Assembleia, formaram uma grande pressão pelo nome da cidade, atual – segundo Lago, “uma imposição”.

Até mesmo o nome Klabilândia, fora apreciado, mas não tinha a simpatia da indústria, que não queria nisso se envolver. Para ele, um dos maiores homens que já pisaram aqui, a cidade em si (não o nome relacionado à Klabin) já estava em sua mente, idealizada. Este, Dr. Horácio Klabin! Ao ver que Telêmaco se tornava uma cidade operaria, HK começou a incentivar o futebol, o rádio e o cinema. O braço direto de Horácio foi o engenheiro Max Staudacher, que acabaria fazendo a planta de onde hoje se está a cidade nova. Por Horácio, foi criada em 1952, a Territorial Vale do Tibagi, que vendia os primeiros lotes de terra na cidade.

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Ele foi enfático, de que 90% da população não aceitou o nome de Telêmaco Borba: “Eu, não aceito até hoje! Não consigo engolir até hoje o nome de Telêmaco Borba. ‘De onde você é? Eu sou de Monte Alegre, hoje chamada de Telêmaco Borba!’”. Falou-se na época em Wolfflândia. Quem de fato, deu o nome à cidade, Cidade Nova, foi Dr. Horácio Klabin. Amigo em comum do entrevistador e entrevistado, o jornalista, escritor, e historiador, e cidadenovense, Ulisses Iarochinski, é outro lutador pelo nome Cidade Nova (CLIQUE AQUI E LEIA MATERIA COM ELE, NO OBEREKANDO).

O papel da Primeiras-damas, sempre generosas e profícuas para a cidade, e em geral, bastante humildes, foi citado. Também, o fundamental trabalho das igrejas, o fato da Klabin – sempre potência na cidade – jamais fazer qualquer ingerência na questão de credo religioso, aos seus operários, tanto da população de Cidade Nova, quanto de Monte Alegre. As reuniões, inclusive em Harmonia, da Adventista, eram feitas na casa de Eduardo, aonde a mãe dele, Dona Laura, era organista, função que futuramente, a irmã dele, Elisete, tivera. Acentua Lago, que inclusive, todas as igrejas sempre receberam da papeleira, não só madeiramento para construção dos templos, como a doação, para quase todas, dos terrenos para tal.

 

COLEÇÃO PRIMOROSA DE TODAS EDIÇÕES DE “O TIBAGI”

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Disse do desejo de disponibilizar, entregando digitalizadas, as cópias do Jornal ‘O Tibagi”, que deva ser ele, senão um dos únicos, o único a ter em sua posse, todas as edições.

Outro desejo dele, é ver, por exemplo, as pessoas que marcaram a história da cidade, e tem em escolas e ruas, seus nomes, e contar a história e legados deles, à Capital do Papel: “Esse trabalho eu quero fazer pra mim, mas claro, que eu vou entregar para a Prefeitura”, oferecendo para a Biblioteca, para a Casa da Cultura, para o Museu. Se eles vão utilizar isso, não sei... depende deles!”. Não escondeu, por exemplo, o medo, quanto às edições de 1948 até 1995 de ‘O Tibagi’, em para quem doar e deixar tal relíquia. Entre eles, a Biblioteca! Pesou o acontecido nos últimos dias, no relacionado à Cultura.

 

FELIZ ANIVERSÁRIO TELÊMACO!

A mensagem que concluiu a entrevista, foi a seguinte por parte de Lagos: “Que a cidade continue assim! Continue a oferecer o que há de melhor para seus cidadãos, e esses cidadãos, sintam a necessidade de contribuir! Contribuir de si próprio, para o desenvolvimento, para o progresso da cidade! Essa cidade somos nós! Essa cidade depende de nós. E se houver a união de todas as forças, de toda a juventude, dos velhos, dos idosos, enfim... de todos, de todos, união nesses predicados, que fazem a felicidade de uma cidade – eu creio que se nos unirmos – nós transformaremos Telêmaco Borba! Talvez eu não esteja aqui para ver, mas eu tenho certeza, que T. Borba há de ser uma das mais importantes cidades do Estado do Paraná!”.

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Quando gravamos a entrevista, era aniversário do filho dele, Marcelo, em 09 de março. Os demais filhos são: Eduardo, Edeilson. O nome do advogado é utilizado três vezes, perpetuando-o, pois além do filho, também tem o neto, chamado Eduardo, que e gêmeo de Marília. A esposa de Eduardo Júnior chama-se Jaqueline.

Josiani é a nora de Eduardo, casada com seu filho Marcelo, que deram a ele, o netinho Thales!

 

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