Matéria In Memorian, conta da trajetória deste, que amava as pessoas e à família, que tem sua contribuição à cidade
2023-03-21 às 01:00) Elias Antonio Zattar, querido telêmaco-borbense por adoção, seria uma das entrevistas programadas do Oberekando, mas, In Memorian, devido à sua partida ao céu em dezembro de 2020, com alegria, a conversa foi com Neto, como é mais conhecido o filho, Elias Zattar Neto (15/02/1970), e com a viúva, dona Maria Helena Vellozo Zattar (25/12/1944). Alegria? Pode soar contrastante, mas sim, pela satisfação de contar fatos inspiradores, de um ser-humano que é forrado de elogios, que partem desde os mais simples, até os mais graduados, sejam intelectualmente, como financeiramente! Ele não fazia distinção!
“É uma satisfação estar aqui para falar um pouquinho de nossa história na cidade, que começa ali na década de 70. Ele, recém-formado, tinha um emprego só, e trabalhava no Instituto de Tecnologia do Paraná, em Curitiba, pleiteou uma vaga na Klabin, teve sucesso, e começamos nossa jornada aqui”. Ele veio para cá, entre 1971 e 72, junto com a esposa Mari, e o entrevistado, com um ano e meio mais ou menos, “e aqui, Ele construiu a nossa história!”.
O patriarca nasceu à 08 de agosto de 1945, em Fernandes Pinheiro (PR), e a matriarca, carinhosamente conhecida por Mari, em Caçador, e residiu em Joinville, Guarapuava, e fazendo a Federal em Curitiba, se formou engenheira química.
Neto tem a cópia da cartinha (bilhete) de recomendação de Ney Braga, na época senador, e depois, fora governador, ao então amigo Péricles Pacheco, para que desse apoio necessário para o novo engenheiro, que pleiteava entrar na Klabin. O avô de Neto, era frequentador da Boca Maldita, em Curitiba, e tinha esta aproximação com Braga, e conseguiu este momento com o político. A recomendação fora datada em 16 de novembro de 1971. Do pai, relembrou: “Veio aqui, até Harmonia, foi até a casa de Seu Péricles, que também o recebeu, todo imponente, de roupão! Só leu a carta, e falou ‘passe no RH (Recursos Humanos) na segunda-feira’, e assim foi o começo dele, aqui na fábrica”.
FAMILIA ERA TUDO PARA ELE! QUEM SÃO OS FILHOS?
DRA. CLÁUDIA ELISA VELLOZO ZATTAR (10/02/1969) é casada com Ronaldo, e tem os filhos Luíza e Felipe. Luíza se forma em Medicina. O Felipe está no meio do caminho dos estudos. Neste momento, o entrevistado embargou a voz, respirou, enxugou as lágrimas e explicou: “Me emociono, porque a Educação era uma prioridade de meu pai”. Ele lembra que sua filha (Milena) também se formou em Medicina. O esposo da Dra, ou seja, seu cunhado, também agora, está fazendo Medicina, informou.
DR. ELIAS ZATTAR NETO (NETO): Casado com Su, Fabiane do Amaral Schemberger - ele tem a filha do primeiro casamento, Milena, que é médica, casada, “e que me deu uma netinha, a Manu, Manuzinha”. Com a Su, tem Maria Clara e Maria Júlia. Falou-se também, lembrado por este Site, do apoio dado por ele, Neto, à ginasta Ana Luíza Pires, que estava indo para um Sulamericano na Argentina. Suas duas filhas, fizeram Ginastica no Centro de Ginástica Artística de Telêmaco.
DR. NATHANIEL DAVID ZATTAR (12/07/1972): Dois anos mais novo que Elias, e também dentista, tem os filhos Thiago e Lucas, que são também, estudantes de Medicina.
DR. ANTONIO CARLOS ZATTAR (24/10/1978): “É o mais novo, que carinhosamente, chamamos de Nico, o Dr. António Carlos Zattar”, que tem dois filhos, que são o Eduardo, “Dudu” e o “Túi”, ou seja, Arthur.
UM AVÔ MUITO PRESENTE E PARTICIPATIVO
Ele sempre foi um avô muito querido, e no caso das meninas, sempre fez questão de fazer as festas de 15 anos das netas, como Luíza e Milena, de Neto. Pedido que citasse um momento hilário e divertido que entre os netos e netas, aconteceu, disse: “Ah, mas é difícil, porque foram tantos e tantos bons momentos! Ele era muito festeiro, muito animado”. Milena tem uma tatuagem do avô, nas costas, e sua outra filha, tatuou a assinatura dele, na região da costela, “porque a ligação deles era muito forte. Com todos os netos, não só com as minhas”. Maria Carolina, é uma sobrinha do entrevistado e seus irmãos, que o tio deles faleceu, e os irmãos dele, a têm como uma filha. Ela faz Medicina também, e se forma em julho lá em Pato Branco: “Mais uma que Ele está formando!”. A Educação para ele sempre foi prioridade, e sua alegria era saber que suas colaboradoras (nas empresas), queriam estudar.
ELE E SEU PAI... E AS FASES
De alguns momentos da infância, alguma estripulia aprontada, na juventude e até mesmo, na formatura, ao ser solicitado que lembrasse de algo, falou que pela calmaria daquelas épocas, em uma Harmonia, e com uma população menor, ao mesmo tempo, na infância, se se entrava na casa, e já estava saindo! Quando no início da juventude, uma vez saiu e sem avisar, voltou pelas 7 da manhã, e naquela época não se tinham as facilidades tecnológicas de comunicação de hoje. E como mãe é mãe, lá estava, em pé o esperando, depois que fora ele procurado em locais dos mais prováveis e improváveis, para o avisar, que lá estava seu pai, o aguardando para explicações!
Na Formatura, disse que deu uma antecipada e sua primeira criança, a filha (uma alegria enorme sua chegada), veio com ele, ainda sem concluir os estudos, e o pai, mais uma vez, como sempre, deu todo amparo e apoio: “Ele sempre foi muito presente, porque eu ainda não trabalhava, era tudo ao redor dele. Mas foi uma alegria, porque eu me formei junto com meu irmão, pois apesar de eu ter dois anos de diferença, eu fiz um ano de Engenharia Mecânica, antes de eu fazer Odontologia”. Na época de Engenharia, o pai o trouxe para trabalhar em uma parada da Klabin: “Deus me livre, eu não quero isso aí!”, disse, sem desmerecer, com bom humor, mas citando que percebeu ali, que era diferente sua pretensão de atuação profissional, futura.
O TEMPO DE KLABIN DO PAI
Começou como engenheiro químico, trabalhou em vários setores, como pasta mecânica, celulose e recuperação, caldeiras, utilidades. Depois foi gerente em algumas áreas, e por último, era diretor industrial da empresa.
Cerca de dez anos depois de Klabin, houve, de acordo com Elias Neto, uma oportunidade de inauguração na fábrica de Monte Alegre, e pode seu pai, tendo sido convidado o governador para tal evento; estar frente à frente com Ney Braga: “Ele olhou para o meu pai, fez assim (apontou o dedo a ele) e falou ‘você é o Zattar’. A esposa dele (Primeira-dama do Estado) estava com ele e disse assim... ‘não acredito Ney, que você lembra! Eu lembro... você esteve lá em casa’”. Disso, “meu pai teve a oportunidade de agradecer a confiança que ele depositou nele, e que foi correspondida plenamente”.
FÉ: O pai, foi ministro extraordinário da Eucaristia, com o certificado assinado na época, pelo bispo D. Geraldo Pelanda.
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ESTE JORNALISTA, AO RECORDAR ENGENHARIA MECÂNICA, pede aqui licença aos familiares do entrevistado, para agradecer de coração, ao engenheiro Carlos Câmara Guatimosin, que com uma trajetória brilhante, de liderança, e internacional neste segmento, foi aquele que, em Jaguariaíva, lá pelos anos de 1983, oportunizou a um rapazinho, que queria ter a carteira assinada pela primeira vez! Em três obras, ele me alocou para trabalhos não pesados, e sim, super tranquilos e burocráticos. Era mesmo, um anjo vindo fazer o bem! Na última, cerca de quase dois anos de o conhecer, e já em Pindamonhangaba, com ainda melhores adjetivos que eu possa citar, ele pediu que eu fosse admitido na fábrica, que era contratante da empreiteira, aonde ele era o engenheiro geral, na Mecânica! Mineiro, esses tempos conversando com ele via APP, me explicou: "Oberek, fiz algo tão simples, que faria a outro qualquer!". De humildade singular, deixo aqui meu sempre OBRIGADO.
A MAE, E A ÚNICA IRMÃ
Numa família de meninos e ai uma única menina que a compõem, esta, faz a diferença, quase que em todos os lares, pela sutileza, o diferencial de amor e instinto materno que, algo divino, automaticamente, todas carregam! Neste sentimento, que também carrega este que aqui escreve, por ser gêmeo de Edivane, a única menina entre 10 filhos, o carinho de Zattar pela Dra. Cláudia, é enorme (com os demais irmãos, um carinho enorme também), e com este diferencial: “É uma segunda mãe!”. Quando a primeira filha do entrevistado, com um mês de vida, apresentou assepcemia, ela recém saída de um plantão, não mediu esforços para socorrer a sobrinha: “Ela salvou a minha filha!”.
Já, da mãe, “uma fortaleza! Teve três cânceres e tratados com sucesso, e superou o Covid. Mesmo com o pai, bem empregado, ele lembra que com os filhos todos estudando, e pagando para eles, a mãe fazia questão de costurar todas as roupas, como forma de contribuir com os gastos. Essa paixão, ela mantém, com a costura!
DONA MARI
De um coração enorme, tal qual sua gratidão por aquilo que Deus possibilitou à família. Hoje, a mãe/pai da casa: “Já tive três canceres, venci os três”. Uma das lindas ações que ela faz, confeccionou bichinhos de tecidos para o Hospital Erastinho, que é a ala infantil, que cuida de Oncologia (Tratamento para crianças contra o câncer). Na primeira vez, levou 50 unidades, e feitos de modelos diferentes, por ela mesmo. Isto, para serem vendidos em feirinhas como arrecadação de fundos aos pacientes que não podem comprar remédio: “O que mais mexeu comigo foi quando a Ângela, que é a supervisora, que cuida das doações... ela me falou assim... ‘a senhora tem condições de fazer vestidinho branco, e tipo, terninho, pra gurí?’. Eu perguntei... mas porque você quer isso, e ela me disse que têm crianças que falecem e não têm, e as mães querem que elas vão vestidinhas!”. Este trabalho, Dona Mari está fazendo! “Mexeu muito comigo, isto!”.
Mari, ao ser também perguntada de alguma peraltice do filho, disse que quase não se davam, porque ‘eles’ eram comportados, mas, por volta dos 8 anos, na Harmonia, aonde moravam, uma queda de skate, na frente da marcenaria, o fez raspar todo um lado da pele, e no banho, o pai, Zattar, lá estava tirando as pedrinhas que se fixaram... quem correu avisar (do feito) e estava com ele, foi a fiel escudeira, a irmã Cláudia. Mari voltou a confirmar aquela volta de madrugada dele, já jovem, e que Caco, filho do Dr. Dilermando, foi a um dos quais ela entrou em contato, para ver se ele, sabia do paradeiro, ou aonde estava o então, Neto! “As 7 da manhã ele chegou... não sei até hoje aonde ele dormiu!” Zattar, com bom humor responde: “Eu não dormi, mãe!”. Confessou ela: “Desta vez eu fiquei de mal com ele! Ele me arrodeava, me arrodeava, até que ele entendeu que fez um mal-feito!”.
VOTOS DE FELICIDADES E GRATIDÃO, À TELÊMACO
Ela, em sua saudação pelo aniversário da cidade, lembra de quando chegou e como era Telêmaco, e a grande mudança: “Hoje a gente olha e vê com orgulho, porque foi a terra que me acolheu! Eu tive dois filhos aqui, que foi o Natha e o Nico”, relembrou que o Dr. Dilermando sempre foi seu médico e sempre foi muito bem atendida: “Então eu acho que foi a terra que Deus me deu pra viver!”. Complementou o filho: “E a gente procura retribuir, e meu pai valorizava muito isso”. Neste viés, em um dos empreendimentos que antes de falecer o pai dele visitou, se emociona Elias Netto em reproduzir o que disse o patriarca, antes de perguntar de dimensões do empreendimento ou de lucros. Eis o que ele perguntou ao outro filho que fez o investimento: “Quantas pessoas nós vamos empregar aqui?”. Netto novamente, se emociona, sem conseguir conter as lágrimas!
Gratidão também de Mari, às pessoas que são suas colaboradoras, e as têm como amigas, por cuidarem dela: Rose, Rute e Paula, estando a última, de licença por período de gestação.
Da saudação de Netto à Telêmaco: “Estou com 53 anos, e 51 vividos aqui em Telêmaco. Então tudo que a gente é e fez, a gente conquistou aqui em Telêmaco e a vida da gente está aqui, e é um prazer muito grande poder acompanhar o desenvolvimento de nossa cidade, e de ver o rumo que está tomando... a proporção que está tomando!”. Completou: “Só temos a agradecer pela cidade ter abraçado a gente, e a abraçamos da mesma forma, e desejamos que continue prosperando na mesma velocidade, ou até mais!”.
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