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WANDERLEI GASQUES, E A PANDEMIA NOS ESTADOS UNIDOS
WANDERLEI GASQUES, E A PANDEMIA NOS ESTADOS UNIDOS

Telêmacoborbense, escritor, testemunha ocular de 11 de Setembro, analisa o momento em terras do Tio Sam. Ele tem dupla cidadania

2020-10-26 às 09:30:35) Na quinta-feira, o técnico florestal por formação, Wanderlei Gasques, com 55 anos, ex-seminarista Redentorista, filho de Ércio Gasques e Maria, casal que pertenceu à comunidade católica, antes do centro e depois das Cem Casas, aonde moravam, falou da cidade de Ogdensburg, ao norte do estado de Nova Iorque, sobre os Estados Unidos, e a Pandemia, na sessão de Entrevistas Internacionais. Ele, como escritor da obra “Um golpe de Sorte”, teve essa exposta na Bienal do Livro em São Paulo (CLIQUE AQUI E RELEMBRE), e também foi testemunha ocular da história, no fatídico “11 de Setembro”, quando foi um dos voluntários no salvamento das vítimas do ataque terrorista às Torres Gêmeas (WTC), em Nova York. Sua esposa é Elma, e sua filha, Priscila.

Com dois flatmates (Colegas que dividem apartamento) de Cabo Verde, a oportunidade de saber deles também, suas visões quanto ao Covid e esta relação com seu país de origem.

A localização da gravação da entrevista (Online), explicou ele: “Eu estou aqui a uma hora de Montreal e a quarenta e cinco minutos da capital do Canadá, que é Otawa”. Do apartamento em que está, vê-se que a ponte, que faz a ligação multinacional está fechada, aonde a cada mês há o anúncio da reabertura dela, que não acontece, disse. “Eu embarquei de Campinas há um mês e meio atrás. Ali já ninguém passa do embarque para dentro do avião, se não for legalizado aqui nos Estados Unidos! E você chega aqui, fica 14 dias de quarentena. Na verdade eles não ficam te vigiando. Eles pedem o endereço aonde você vai ficar, e todo dia você recebe mensagem informando-os de volta se você está se sentindo bem, ou como você está. Enquanto não cumprem os 14 dias, você é monitorado”.

 

A VISÃO DE WANDERLEI QUANTO AO COVID19, E ESTADOS UNIDOS

“Vamos começar a conversa, iniciando pela notícia de hoje, né (23/10), aonde os EUA ultrapassou a marca de mil mortes por dia, novamente... então, o que é que a gente vai falar: O nosso presidente aqui, assim como o nosso presidente do Brasil, prefere colocar toda culpa na China, e não tomar atitude nenhuma”, assim como o presidente dos EUA, o presidente do Brasil também foi infectado, “supostamente”, pondera Gasques. Em detrimento de Trump, afirma: “Nunca apareceu nenhuma prova disso, mas em três dias ele foi internado, e liberado”, ao lembrar a idade do bilionário, que tem quase 80 anos.

Muitas são as ondas de protestos pelo não uso da máscara nos Estados Unidos. Conta ele, que na cidade em que está, dias desses foi ao mercado, tinham umas pessoas mal encaradas lá dentro, não usando máscara, “e olhavam pra você, tipo... vai encarar? Melhor você abaixar a cabeça”. Ele estava conforme a legislação local, de máscara.

FIQUE EM CASA COM GELADEIRA CHEIA: Perguntado se por lá, existe a hipocrisia do “fique em casa” também de artistas, especialmente hollywoodianos, e como aqui no Brasil os globais, com geladeiras e freezers lotados, e disse que sim, “a mesma coisa! Você fica imaginando que as leis são feitas para os mais fracos. Inclusive quando falaram assim!”. Ele acrescentou que nos primeiros dias de retorno ao trabalho (Jateamento, Pintura e Conservação de estrutura de pontes) era medida a temperatura de todos, e seguida toda burocracia, mas que logo foi deixada de ser exigida. “Ninguém está tirando a verdade dos governos que insistem que a gente precisa trabalhar. Todo mundo precisa. Como você vai viver? Você pode ter ideologia de que precisa contribuir com a humanidade, mas você precisa contribuir com a tua família também, e o que você vai fazer? Não vai deixar morrer de fome! ”.

Quanto a roubalheira e que causou no Brasil até a operação já conhecida como Covidão, que está investigando os desvios do dinheiro para o combate à pandemia e levando até governadores para a cadeia, disse que nos EUA a coisa é levada mais a sério, e que isso não está acontecendo.

No encaminhamento com Gasques, para o encerramento da entrevista, disse que tanto nos EUA como no Brasil, a situação é a mesma em relação ao Covid, dos protestos pelo não uso de máscaras, mas que, não na cidade em que ele está, que nesta semana já pode enfrentar neve, mas que as praias da Flórida e Califórnia, estão repletas, lotadas, igual ao litoral brasileiro, sem a observância dos riscos, enquanto que por exemplo, Nova Iorque, já sofre a segunda onda do corona: “Muda o endereço, mas o ser-humano é o mesmo!”. Dois países de dimensões continentais, ele disse que as situações são bem diferentes entre localidades estadunidenses, bem como brasileiras, pois o que se passa em Roraima é diferente que no Rio Grande do Sul. Até mesmo em Cabo Verde, porque uma das ilhas, por exemplo, é totalmente turística.  

Outra curiosidade é que o americano é avaliado por ele, como fechado, e que as notícias gerais dos EUA, são sabidas pela televisão. Relembrou, o que disse em entrevista quanto ao World Trade Center, a este Site (CLIQUE AQUI E RELEMBRE), de que os brasileiros naquele momento trágico, estavam mais bem informados que os próprios nativos, pelas tevês brasileiras, do que acontecia na terra do Tio Sam.

 

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL AMERICANA ACONTECE DIA 03 DE NOVEMBRO

Mesmo que haja a data oficial, a votação já se iniciou nos EUA, e há a escolha de se votar pelos correios (de lá). Os estados da Pensilvânia e Wisconsin são considerados campos de batalha na corrida pelos 270 delegados no Colégio Eleitoral, e nesta modalidade de votação, a contagem destes votos só começa depois do dia da votação. Dois são os principais concorrentes: Joe Biden (Democratas) e Donald Trump (Republicanos).

De aspectos dos EUA, comentou que três estados de lá, são caixinhas de surpresa e definem as eleições do país, para Wanderlei, que são Flórida, Pensilvânia e Ohio. Vê que toda Costa, ao Leste e Oeste, é Democrata, a exemplo de Califórnia, Oregon e Washington. Já, o centro, “aonde estão os fazendeiros e tudo mais, são tudo Republicanos (Partido de Donald Trump) ”.

 

TBORBENSES BRILHAM NO MUNDO!

Uma notícia que ele, como cemcasense (das Cem Casas) está muito orgulhoso, é da assinatura de contrato do jogador deste local de Telêmaco Borba, com o Real Madri, justamente na semana passada. Eles, inclusive, estiveram na casa do litoral, com Wanderlei, toda família. “Centro avante, e torcedor fanático do Corinthians, é a nova aquisição do Real Madri”, comemora ele.

A filha de Paulo Borges, ele que marcou época no Juvenil, e está marcado no coração dos Telêmacoborbenses, tocava violão e era presença especialmente na missa dos jovens, das 11 na Matriz de Telêmaco, ela está morando na Estônia, e é mais uma concidadã que dá orgulho à Capital do Papel, citada por Gasques. “Ele era conhecido como Milton Nascimento porque era a cara. Nos encontros de jovens ele era Milton Nascimento, e eu era Chico Buarque, pela cor dos olhos”.

 

E PARA OS FLATMATES DE WANDERLEI, QUE SÃO DE CABO VERDE?

Carlos Mendes (45), de Cabo Verde, da capital Praia e Ilha de Santiago, disse que esse ano foi muito difícil para sua família, para seus amigos. Ele vive em Boston, “e é difícil, porque, especial em Boston, tudo mundo tem medo de tudo mundo”. Ele tem a esposa que trabalha em um hospital, da mesma forma uma filha. “A minha filha pegou o coronavírus no hospital, por causa da profissão que ela faz”. Mesmo ela tendo tido, toda família mora junto, inclusive o pai dele, de 84 anos, e mais dois filhos menores, um de 2 e outro de 5 anos. Colocou-se a filha num quarto: “Não podemos jogar ela na rua, não podemos colocar ela noutro lugar! Temos que viver com ela dentro da casa! ”. A mãe dele morreu no período da quarentena, do coração. Não foi possível evitar o contato das pessoas mais próximas para despedir-se dela, e todas trabalham em hospitais em Boston, que são os melhores hospitais do mundo e pegaram corona e pegaram vírus, e não, felizmente, transmitiram aos familiares de Carlos, no velório.

Questionado pelo Oberekando se com a pandemia, dificultou-se sua vida financeira e se mandava dinheiro para familiares em Cabo Verde, e se isso ficou afetado, disse que tem a precaução de nada enviar nada, precavendo-se com fundos em caso de algum familiar com ele, viesse a contrair o vírus. Ele ajuda dois irmãos que continuam a morar em Cabo Verde. Um deles tem um filho que estuda na Inglaterra.

Ao comentar de seu país de origem, disse que não tem tanta gente como o Brasil, e que o clima é propício para não se ter tantos casos de coronavírus, e porque são cercados pelo mar, sendo ilhas, e não há muitas casas e prédios, isso é fator da não propagação. Foi gentil com o Brasil, de onde segundo ele, sua pátria, assim como de Portugal, recebe muito apoio. De forma linda foi encerrada a conversa com ele: “Eu amo o Brasil. Brasil dos brasileiros e também dos caboverdianos! ”.

Augusto Rodrigues Cesar Ramos, de 50 anos, da Ilha de São Vicente, em Cabo Verde, não sentiu diferença, “Graças à Deus”, com a chegada da pandemia, no aspecto financeiro.  Ele está só na América. Perguntado se o telêmacoborbense, corintiano fanático, já o tornou corintiano, confidenciou: “Ele já me deu uma camisola (em Português nativo: camiseta) do Corinthians! ”. Antes de encerrar a conversa, Paulo nos fala que já esteve no Brasil este ano, em Fortaleza: “Estive na melhor praia de Fortaleza, por duas semanas! ”.

Gasques lembrou que Ramos chegou aos Estados Unidos como maratonista, vindo uma ou duas vezes para competir na “Maratona de Boston”. Ao Norte de Cabo Verde, localiza-se a cidade natal de Cesar Ramos. Ao centro, tem a Ilha do Sal, com um aeroporto aonde vários voos do Brasil rumo a Europa e África fazem escalas. “Mais ao norte, quase colado à Ilha de São Vicente, tem Santo Antão, usado na divisão do mundo, para Portugal e Espanha, no Tratado de Tordesilhas. Lá praticamente não existia população, mas era usado como ponto de tráfico de escravos para o Brasil, e acabou se tornando um país, porque precisavam de portugueses que residissem lá para trabalhar no transporte dos navios, e necessitava de negros como escravos”, comenta Wanderlei.  

Ao pedir ao entrevistado, uma mensagem aos telêmacoborbenses, foi enfático: “Aí bateu fundo no coração. Eu escolhi Morretes por aquele sonho que eu tinha pela primeira vez que passei por Morretes, mas basta você acompanhar pelo meu Facebook que eu tenho todas as páginas de Telêmaco Borba! ”. Ele sonha num empreendimento em ‘nossa’ cidade.

Comentou também com alegria que adicionou em seu FB, o jornalista Márcio Luiz.

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