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JOSÉ TREVISAN CARNEIRO: “ANJO CUIDADO POR ANJOS!”
JOSÉ TREVISAN CARNEIRO: “ANJO CUIDADO POR ANJOS!”

Ele, de 114 anos, reside na área rural de Curiúva

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“A gente nunca teve oficialmente aonde ele nasceu!”

2019-09-25 às 01:04:20) Há quase duas semanas, o Oberekando entrevistou José Trevisan Carneiro. Estima-se que ele tenha 114 anos. Morador da Barra Grande, localidade rural de Curiúva, está sendo cuidado pela família de dona Maria José de Paula Carneiro, que nascida em 02 de abril de 1942, está com 77 anos. O filho dela, José Maria Carneiro, como foi batizado, e que tem 59 anos, o considera como um avozinho.

Perguntada como é o dia-a-dia de Seu Trevisan, disse que era o que se via, “ele é calminho, quietinho. Se a gente der comida ele come. Se a gente der banho, quando ele quer, ele toma. Ele é uma pessoa que não incomoda!”.

Ela respondeu que faz muito tempo que ele mora com eles, e informou que no dia 19 que passou, completou 60 anos. “Quando eu entrei aqui em 1955 ele já morava com a minha sogra!”. Fazem seis anos que o esposo dela faleceu, e ficou Trevisan e “a gente faz pra ele, tudo que pode!”.

Quanto à relação de filhos, netos e bisnetos dela, com o entrevistado, “todos tratam ele como se dizia os antigos, como um santo!”, explicou.

Ele próprio respondeu como estava, dizendo estar “indo devagar!”.

Disse que na roça, cuidava de porcos, e que levava de Barra Grande e cruzava o Rio Tibagi.

Da saúde e o que os médicos falam, está bem, sem colesterol, diabetes ou problema de próstata. “O médico nos fala que ele tem o peso da idade”.

Pelo cuidado que tem com ele, todas as pessoas falam a ela do carinho e da bondade do gesto.

Ele respondeu, se sabia dançar, e já foi sacolejando o corpo, dizendo que trabalhava muito mas sempre tinha um bailinho, e mostrou com as mãos o tamanho grande, da sanfona. Contou, estimulado por João, de que o seu pai foi o primeiro romeiro de São Gonçalo, de Guajuvira. Também que casou duas vezes. “Vou contar: casei com a filha do Tomé do Guajuvira”, depois casou com Maria do Carmo. Ele fala, e chora.

Ele disse que levava a porcada para Ibaiti, que antes era chamada de Barra Bonita. O nome do “Papai” e da “Mamãe”, assim pronunciado por ele com respeito e afetividade, era Euclides Carneiro e Maria Antónia de Miranda, conhecida como Toninha. Lembrou de Lorinda, que era sua avó. Um dos irmãos dele, relembra, “nasceu no dia de Nossa Senhora do Carmo”, o Toninho, que era caçula.

Quando Maria pede que ele reze a oração que ele sabe, que a pessoa vira um pau, ele tenta lembrar e não consegue. Ele tenta e começa a chorar, e é quando ela fala que toda vez que se lembra da oração, não se sabe porque, ele chora. Zé pediu que ele lembrasse do Cavalo, e ele com alegria e sorriso, falou do Pindau.

Ao relembrar que dançava baile com a “Purcina”, dá um belo sorriso e fala: “Ó mundo veio!”.

Quando volta a citar o cavalo, lembra de uma outra senhora, e que era uma pessoa boa, mas que era igual dona Maria, e faz questão de falar: “Não é porque eu estou perto dela!”. Linda sua lealdade com o anjo que dele cuida.

Ao ver de onde veio Trevisan, Zé disse que não se sabe ao certo, mas foi falado que é de Jaguariaíva, “mas vieram pro Morro Azul ali de Ventania, de Ventania vieram pro Guajuvira. O pai dele sempre foi lavrador, roçando safra”. Ainda disse que foi com Domingues Pinto com quem mais Trevisan trabalhou, depois veio com Pedro Pinto, e seguida, “veio com meu avô, António Floriano, que é do lado de minha avó, a mãe de meu pai, e ele (Trevisan) sempre ficou na família. Quando meu avô casou, ele já morava com meu bisavô!”.

Com carinho, falaram que quando José era criança, o nosso ancião o levava na beira do rio, onde dona Maria estava lavando roupa, para ele ser amamentado: “Ele tem um luxo com esse Zé Maria. Nós falamos Zé, mas ele fala João!”, comenta, feliz, Maria.

Em Tibagi, parece que existe alguma citação de que os bisavôs de nosso entrevistado, seria escravo. Um recado até mesmo é dado durante a entrevista, de que se algum historiador se interessar em mobilizar algum médico perito, no sentido de exames, até pela arcada dentária, que descobra uma estimativa da idade de Sr. Trevisan, seria muito bem-vindo pela família.

Ele narra e mostra o joelho, quando há muito tempo atrás, estava roçando e caiu de costa, após a foice pegar nele: “Eu ía levantar e não podia!”. De forma muito bem humorada, faz um sinal de se alimentar, dizendo que por isso, ele já não faz mais nada, e este jornalista fala: “É só comer, beber e dormir?”, e ele confirma.

Com carinho, Dona Maria disse que na casa, nunca sai todo mundo, porque tem que se fazer companhia a ele, e deseja que assim como ele, que todos os velhinhos tivessem o mesmo destino dele, e jamais ficassem abandonados como tantos são vistos mundo afora.

A entrevista não foi encerrada, sem nosso querido “vozinho” rezar, e foi uma Santa Maria. Uma saudação especial de Dona Maria foi ao médico cubano, Dr. Allan, que todos os anos, no dia 14 de janeiro (quando é tido como aniversário de Seu Trevisan) sempre vem comemorar o aniversário dele, saindo de Ponta Grossa, onde ele está. “Ele vem, faz a festa, manda reproduzir as fotos e manda aqui! Muito obrigado Doutor Alan!”, agradeceu Dona Maria. 

 

PALAVRAS DE DONA MARIA:

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Das coisas engraçadas e que Trevisan esboça um sorriso, é quando se fala para ele que será levado ao médico, para, por exemplo, uma limpeza no ouvido. Ela diz brincando que é Jesus que está chamando e ele não escuta! Por mais cuidadoso que seja na saúde e que dela esteja bem, ele logo tem uma resposta, tentando se esquivar de ir ao doutor: “Ele fala logo, que se levantar bem no dia seguinte, vai carpir ou varrer o terreiro”.

 

PALAVRAS DE ZÉ:

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Zé disse que o ancião era rondeiro, ou seja, tomava conta da ronda da porcada, da safra conforme se falava na época, transportando, de trem, porcos para Sorocaba. “Ele morou com Eurides Ferreira. Tocava gado de uma fazenda para outra. No inverno ele trazia para cá e no verão, levava pro campo, para Piraí do Sul”.

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O avô de Zé, Pedro Aparecido Leite, era Expedicionário, e tem nome de rua em sua homenagem em Curiúva: Hilda Moura, a esposa, e no caso, sua avó. O pai de Zé, chamado Adilson, era conhecido por Dirço.

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Assista a entrevista abaixo na íntegra, e tenha uma verdadeira lição de vida e de amor ao próximo: