Profissionais, conselheiras voluntárias da ONDA, falam do evento e pautam o autismo
2023-06-08 às 15:25:26) A entrevista realizada na última segunda-feira, com as professoras Priscila Guimarães Biancon e Silvana Lima, e a fonoaudióloga, Dra. Ida Mara Pontes Malinowski, que são conselheiras municipais da ONDA (Organização Neurodiversa pelos Direitos do Autista), tratou sobre a II Mostra Cultural de Artistas Autistas, que acontecerá neste dia 18, às 16 horas, na Casa da Cultura, em Telêmaco Borba, data em que se celebra, o Dia do Orgulho Autista.
“Nós três fazemos parte da ONDA. Esta organização, essa Ong, é a nível federal, e nós fazemos parte, aqui do município, e por esta Ong é que a gente está montando o evento, pela segunda vez. O ano passado, quem mais movimentou e esteve à frente, foi a Ariane Guralh (Conselheira Estadual à época, da ONDA), e a gente ficou mais nos bastidores. E este ano, como ela não está mais aqui, uma pena, e ainda, mesmo de longe, ajudando a gente; agora tomamos à frente para fazer aqui, e ela ajudando da mesma forma”. Ida explicou, que a função da ONDA é desenvolver projetos, e que além deste, também o Cordão Girassol, que para isso, contam com a colaboração e parceria da Acitel, e também, nesta iniciativa, a Secretaria Municipal de Educação, aonde as pessoas autistas, têm, gratuitamente, o direito de adquirir este Cordão.
As palestras, e isso também nas Igrejas e postos de saúdes são outra iniciativa, explicou Silvana, “e o objetivo principal é levar a informação, a conscientização”, e muitas crianças, nestes grupos são encontradas.
A professora Priscila, quanto à Mostra, disse do ano passado: “Nós ficamos com medo que não fosse ter adesão, e graças à Deus teve a primeira, e foi muito bonita. Foi no tempo de cada um, respeitando cada um. A gente teve também, uma plateia muito participativa, receptiva, e agora novamente, estamos tendo a adesão de pessoas que já participaram, e, de novos artistas, porque a finalidade – dia 18 é o Dia do Orgulho Autista – é mostrar que a gente tem orgulho deles sim, e não é porque são autistas... e sim, eles conseguem se expressar, eles conseguem mostrar seu talento, e este é nosso objetivo, que eles mostrem para a sociedade que eles são capazes, que eles cantam, que eles dançam, que eles podem dramatizar, interpretar, cantar, e desenhar. Produzir várias coisas!”.
Diversas foram as pautas comentadas na questão do autismo, e que aqui, produzir-se-ão, de forma mais reduzidas.
A aceitação, não raras vezes, numa consulta, do diagnóstico de autismo, por parte da mãe ou acompanhante, de um filho, é seguida de lágrimas, num primeiro momento, explicou Ida.
CORDÃO: Ao responder como tem, Priscila, visto inúmeras situações, em redes sociais, de discriminação, em voos, shoppings, à autistas, disse que “como mãe, o maior medo nosso, é nossos filhos ficarem desprotegidos nesta questão do preconceito. Mas por outro lado, até mesmo o cordão, ele tem ajudado muito a identificar”. As placas em lojas com lacinhos, as vagas de estacionamento para as PCD´s (Pessoas Com Deficiência), segundo ela, têm ajudado muito. Assim também, nas festas na cidade e nas apresentações, existem grandes avanços de inclusão, dando maior alegria em trazer e divulgar o projeto, segundo ela.
Para se ter o cordão de identificação como autista, a criança deve ter seu laudo de comprovação, e a responsável se dirigir à Acitel, que se localiza nas proximidades do Armarinhos Paraná, na Rua Reginaldo Guedes Nocera.
Outro ponto, quanto a importância que, no caso citado pelo Oberekando, as famílias busquem se cadastrarem, seja na APTAA (Associação de Pais, Terapeutas e Amigos dos Autistas), ou na ONDA, no caso de aquisição do cordão, é fortalecer o grupo, a comunidade de familiares e portadores dos autistas, ainda mais, porque as reivindicações ganham maior envergadura. Mas, isso tem que partir de familiares, até para que não haja uma desproporcionalidade, de que todos os autistas sejam atendidos – e claro, é isso que se espera -, mas que seja inexistente por parte dos familiares dos mesmos, se unirem à luta, novamente, seja da ONDA, ou da APTAA.
LUTO: Este termo usado quando há o nascimento e já sabido, de uma pessoa com deficiência (PCD), ou que isto é descoberto em determinada fase da vida, refere-se justamente ao período, pela família, da fase da aceitação de que, determinados sonhos, como uma rotina de viagens, por exemplo, ou de se colocar a roupinha tal ao bebe recém-nascido, ou tantos outros almejos, acabam que tendo os planos, necessitando serem diferenciados. Claro, que isso tudo, com amor, é uma fase! “Mas, independentemente se seu filho é autista ou não, você precisa parar, pensar, e analisar outras condições, qualidades, e situações que irão acontecer. É como se você tivesse deixando de lado um pouco, aquele pensamento inicial. Fazer uma reconstrução, para viver! É como se fosse um muro que você foi construindo, cada tijolinho, e de repente você recebeu o diagnóstico, e aquele muro caiu, e ai ele vai novamente sendo reconstruído, com novas coisas”, assinalou Priscila.
LAUDO APÓS ADULTO: Outro ponto comentado com as entrevistadas foram as diversas descobertas, via laudo, por adultos, de que são autistas, e que, em muitas situações, para estes, tal noticia fora até libertadora, pois foi possível desvendar o bullyng sofrido na vida escolar, e outras situações, e que se aprendeu a se virar com a rotina da vida, enfim, criar filhos, vencer. Também, a questão de compreender e aceitar.
Além de agradecer a todos os apoiadores, elas voltaram a convidar a população de Telêmaco, e região, para se fazer presente à Mostra, e que como entrada, é solicitado um quilo de alimento não perecível.
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SOBRE AS ENTREVISTADAS:
PRISCILA GUIMARÃES BIANCON (29/03/1991)
Mãe do Matheus e Eduardo
Professora de Sala de Recurso
Professora de História e Filosofia no Ensino Fundamental e Médio
IDA MARA PONTES MALINOWSKI (21/10/1965)
Fonoaudióloga- CRFa 3 7906 - responsável técnica pela Clínica Áudio Life- especialista em Análise do Comportamento Aplicada - ABA
Implementação de comunicação alternativa aumentativa
Aprimoramento em Apraxia de Fala na Infância
SILVANA LIMA (28/10/71)
Pedagoga/Psicopedagoga
Formação em Educação Especial, Análise do comportamento aplicada ABA e aplicador ABA.
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