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A SAGA DE ELI PADILHA E AS ONDAS DO RÁDIO
A SAGA DE ELI PADILHA E AS ONDAS DO RÁDIO

Talento oportunizado por Jair Neves, antes, trabalhava no cemitério para ajudar a família

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2019-04-01 às 08:01:32) O filho de seu João, dona Albertina, irmão de Tereza, Sandra, Luiz, Carla, e Isabel, formou-se num homem amado por toda Telêmaco Borba e região. Sua vida e amor ao rádio, tranquilamente é digna de figurar-se em um livro: Eli Padilha!

“É a primeira entrevista que eu dou, num ambiente de trabalho como esse! Tantas formaturas, tantos cerimoniais, tantos shows eu apresentei aqui, no Centro Cultural, e hoje eu retorno para conversar com você, pra falar um pouco da minha vida”.

 

CRIANÇA, NA MANDAÇAIA, ESCUTAVA MOTO-RÁDIO COM O PAI, TRABALHADOR DA FLORESTAL

Nascido em Castro, ainda nos primeiros anos de vida, o pai trouxe toda a família para Telêmaco e foram morar na Mandaçaia onde eram trabalhadores rurais daquele acampamento da Klabin, hoje já não existente. Dos oito irmãos, dois faleceram, então seis, o entrevistado lembra, que na casa pequena, seu pai, já falecido, tinha um Moto-rádio (Marca famosa de rádio há alguns anos): “E ele chegada oito horas... nove horas da noite e todos tinham que dormir, pois acordavam cedo e tinham que trabalhar, e eram boias-frias”. Depois das orações e da janta, seu pai colocava o rádio, ligado, próximo da cama. Ouvia-se a Rádio Record, Atalaia, Tupi, Globo, “nossa querida Monte Alegre, Capital do Papel, e aquilo ali, desde pequenininho, ía fazendo minha cabeça. Eu ficava acordado, horas e horas, ouvindo aqueles locutores e o pessoal do rádio, falar!”.

Num certo episódio, onde houve um acidente com o pessoal que ia trabalhar na Florestal, e inclusive alguns perderam a vida, foi quando seu pai, tendo ele e filhos se machucado, decide vir morar na cidade. Vida bem difícil ao recomeçar, e ele se sentiu na obrigação, de com 13 a 14 anos, estudando a noite, trabalhar para ao menos comprar seu material escolar, e não sobrar tanta carga ao pai.

 

NA LOCUÇÃO ENTRE OS TÚMULOS SE MOLDOU A GRANDE VOZ

Padilha encontrou trabalho como coveiro. No São Marcos, fazendo de tudo, mas especialmente túmulos, lembra que ganhava seu dinheiro que mantinha-se, e “dava até para ir pra baladinha, o ‘sarau’, e isto lhe foi um grande aprendizado, confessa: “Talvez isso me faça entender que algumas coisas não são importantes, na questão da vaidade, da ignorância com as pessoas. Posso estar encima de um palco, sou a mesma pessoa! Posso estar na rádio, sou a mesma pessoa! Posso estar numa igreja!”.

Como o cemitério era um local muito calmo, eis que Eli aproveitava para fazer locução! “Entre um túmulo e outro eu ficava brincando ali. ‘Boa tarde, obrigado por estar ligado na 109,7! Vou conversar com mais um ouvinte aqui...alô! Alô, quem está falando?’”.

 

ERA FRENTISTA, E JAIR NEVES O AVISA DO TESTE PARA LOCUTOR

Com ajuda de amigos, conseguiu um emprego melhor, tornando-se frentista no Posto Targa, onde o staff da Rádio Monte Alegre abastecia. Num desses dias, Jair Neves o avisa que haveria um teste para locutor. Chegou lá, quase 80 pessoas, e eis que quem aplicou nele o teste, foi o saudoso, Luizinho Lemes: “Fui o último a fazer, e saí de lá as 7 horas da noite!”. Lembra-se desse dia, que embora conhecendo Luizinho do Bairro São Francisco, não houve facilidades, mas logo que começou a falar, o diretor artístico da rádio, Luiz Augusto, disse: “É esse mesmo que eu quero!”.

 

LOVE SONGS

Com as coisas melhores, indo à Curitiba, lá viu um programa chamado Love Songs (Canções de Amor), onde as pessoas enviavam cartas de amor, recadinhos do coração, e das 10 à meia noite, de segunda a sábado, e eis que também aqui, na Capital do Papel FM, o lançaram: “E esse programa pegou! Eu recebia cerca de 40 cartas por dia! Você não imagina a quantidade de casamentos que surgiram! Quantos namoros, quantas paixões, quantos amores aconteceram através daquele programa!”. Simultaneamente as pessoas assistindo a programação da TV, em suas novelas ou futebol, e acompanhando com seu radio de lado, o Love Songs, lembra. “Haviam parceiros que nos davam flores, joias, brindes e até vale-motel!”. Isso gerou as noites do Love Songs nos centros comunitários, nas danceterias da cidade, os famosos saraus nos colégios, nos acampamentos e em cidades vizinhas, a exemplo de Ventania, Sapopema, Tibagi. Também isso fez acontecer as tardes da paquera, também itinerantes.

Pelo Love Songs, caso a pessoa se identificasse com a outra, enviava-lhe uma carta, e ai, poderia haver o encontro, e nisso, existia parceria com um restaurante e uma pizzaria. Naquela época, sem telefone como hoje tão fácil, por exemplo, se faziam situações que se identificaria aquele ouvinte interessado na Praça Castelo Branco (Praça Dr. Horácio Klabin, atualmente) onde um deles segurava um livro e a outra um botão de rosa: Era a codificação para se saber de quem se tratavam e como reconhece-las.

Perguntado se aconteciam enganações de características como hoje, comuns nas redes sociais onde as pessoas se pintam “Brad Pit” enquanto que na realidade a coisa é bem diferente, eis a resposta: “Nessa época não acontecia, porque era uma época diferente. Anos 90, as músicas eram diferentes, os filmes eram diferentes, as pessoas se vestiam diferentes, falavam diferentes, havia, não que agora não tenha, mas um pouco mais de respeito em relação à vida pessoal e particular das pessoas!”. Ele continua: “A maioria das pessoas que estão no Twiter, Instagram, Facebook são pessoas de bem, mas há também aquelas que estão ali para tumultuar, criar situações, destruir famílias, procurar se dar bem e se tornar uma pessoa diferente, em cima das outras pessoas!”.

 

RODANDO O PAÍS, E HOJE, ASSESSOR PARLAMENTAR DE ALIEL

Depois dessa etapa, em 1998, o entrevistado mudou-se para Curitiba, foi ao Rio de Janeiro, e rodou o país. Retornou à Telêmaco, ajudou a montagem da estrutura da Rádio Vale do Tibagi FM, onde reencontrou o amigo Jair Neves. Deu apoio ao início da Rádio Líder em Curiúva. Foi pra Rádio T, Rádio Capital do Papel, e Rádio Massa, “e hoje eu trabalho somente com a voz, com gravações, com cerimoniais, com apresentações, porque hoje eu tenho outro trabalho”, citando o fato de ser assessor parlamentar do deputado federal Aliel Machado: “Além dele ter um compromisso pela votação que teve, tem um compromisso de carinho e amor por essa cidade!”.  Informa: “Represento ele aqui nos Campos Gerais. Viajo bastante, converso com os prefeitos, converso com a população, e procuro ajudar da melhor forma, sem assistencialismo, mas fazendo de forma transparente, usando de todos os benefícios que ele tem, dentro da Lei, para angariar as emendas impositivas para as cidades, para indicar o nome das cidades. Para mim é uma honra! Ele é uma pessoa muita séria, uma equipe muito séria e está sendo pra mim uma experiência muito gratificante!”.

 

CERIMONIALISTA

Nesta função, muitos desafios, como pessoas que querem seus nomes ou suas pessoas citadas ao público e não se trata do momento e razões adequadas para tal, e especialmente porque existe um protocolo a ser seguido. Por exemplo, em shows com artistas, nem ele mesmo tem acesso as estrelas, porque é função dele, ele sair para que esses entrem! “Houve casos por exemplo, de autoridades ficarem de fora, e eu não citar e eles me crucificaram por isso! Teve gente que perdeu a amizade comigo!”. Não se pode citar nome de ninguém se não estiver ali no protocolo passado pelo contratante.

De uma situação constrangedora e engraçada da função, uma delas, um vereador, onde havia um comício e um barzinho próximo. Ele tomou uns conhaques e estava alterado e queria falar, mas Padilha disse que não seria bom naquele dia: “Dito e feito, pois além de não conseguir falar uma palavra sequer, sem lembrar pelo estado que estava, de que atrás do palco existia apenas uma tela, foi nela se encostar, e acabou caindo encima de um carro!”.

 

NA VIDA PESSOAL

Eli disse que teve que deixar alguns vícios, como o álcool e cigarro, aos poucos, e Deus o deu três filhos maravilhosos: Gabriel (19), Leonardo (15), e a Júlia (7). “Eles me fizeram entender o verdadeiro sentido da palavra família!”. Eles foram também importantes na superação de um problema depressivo por ele enfrentado, “além das orações de minha mãe, e de toda a família”. Registrou a presença de Leila, sua esposa e toda sua família, e disse, assim, ser uma pessoa realizada. Não escondeu que, sabendo que sua vida e desígnios estão nas mãos de Deus, seu desejo de ainda lá na frente, voltar ao rádio.

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HOJE É ANIVERSÁRIO DE PADILHA! SUPER PARABÉNS!