ONLINE
25




Partilhe esta Página

ACITEL

s

sr

S

OBEREKANDO

AWEF

ds


UMA LINDA VIDA, A ESTIMADA ODETE DINIZ

Foram 30 anos de Costa e Silva, e antes, o desejo de ser chamada de Dona!

11/05/25 às 00:10:44) Em comemoração ao Dia das Mães, o Oberekando traz a entrevista com uma profissional, aposentada, que no exercício de sua função, sempre transborda o espirito materno, pela dedicação àqueles que são a razão maior do ser professora: Os seus pupilos... os seus alunos!

‘Dona Odete’, era o que seu pai, ainda quando ela adolescente, dizia que assim ela seria chamada. O bate-papo super agradável foi com Odete Jocoski Diniz!

“Boa tarde! É um prazer a gente dar essa entrevista pra você, e vamos lá, vamos ver o que você quer saber de minha vida, não é? Vamos bater um papo”, disse com docilidade.

Professora da Escola Arthur da Costa e Silva, Ela nasceu em Piraí do Sul, no dia 10 de fevereiro de 1940. “Bem que eu gostaria de ter uns 40 anos a menos, para a gente poder estar na ativa ainda!”

Ela é viúva de Jair Diniz, e muito conhecido, era motorista e transportava madeira para a Klabin!

 

A PERSEVERANÇA A LEVOU À DOCÊNCIA!

Odete chegou à então Cidade Nova, em 1959, comecinho de 1960, e antes de vir para a futura Telêmaco, lecionou em Ventania por dois anos, e foi neste período que conheceu seu esposo, e casaram-se. Na época, fez o Normal Regional, ainda em Piraí, e este diploma correspondia ao Magistério, e logo começou a trabalhar como professora. Já em Telêmaco, quando teve os filhos, primeiros, ela deu uma pausa, e em seguida, retornou à docência. Já aqui, ela estudou mais três anos, e fez a Normal Colegial, na Nossa Senhora de Fátima, localizada aonde hoje está o Núcleo Regional de Ensino, anexado ao Colégio Wolff Klabin. Logo que se formou, “tive a sorte de ser chamada e comecei a trabalhar”, na Escola Castro Alves, no bairro São Francisco. Naquela época eles faziam, logo que surgisse vagas, a remoção do servidor, para as proximidades da residência, e desta forma, cerca de quatro meses após, veio para o Costa e Silva, aonde teve um pequeno intervalo de dois a três anos, que trabalhou no Decas, prédio onde hoje é a Secretaria de Assistência Social.

Ela disse que não chegava, quando criança, a brincar de ser professora, mas tinha em seu pensamento que queria ter essa função: “Meu pai, inclusive, ele falava assim... ‘a, vai crescer e ai vai chamar Dona Odete’. E eu ficava orgulhosa quando ele falava aquilo... vão chamar a Dona Odete! Então eu me incentivei. Aquelas palavras dele eram um incentivo para mim! Inclusive, naquela época lá, quando eu terminei o quarto ano, fiquei um ano sem estudar, porque a minha mãe achava que não tinha condições de pagar os meus estudos, pois ali entrava material, entrava uniforme, talvez uma mensalidade, mas eu fui à fundo. Eu mesma fui a escola, falei com a diretora, e ela falou ‘não, aqui você não precisa trazer! Você não vai pagar mensalidade nenhuma. É só seu uniforme, e depende de você ai! Você vai usar um ano, dois anos, depende de você... enquanto estiver bom você está usando!’. A despesa eram cadernos, pois quanto aos livros, as matérias eram passadas no quadro, e uma tia dela falou à sua mãe, que se ela quisesse estudar, que deixasse, pois ao contrário, quantas crianças não gostavam de ir à escola. Odete teve sua primeira professora, a Dona Delminda, em Piraí, que ela não esquece!

Quando este jornalista a informou que a professora Elfie, no Dia dos Professores, será entrevistada pelo Oberekando, lembrou que trabalharam juntas, no Costa e Silva!

 

O SEU PRESENTE INESQUECÍVEL!

Na resposta, de qual o presente, quando criança, ganhou de seus pais, e que ela nunca esqueceu, lembrou de um sapato de verniz! “Eu vivia pedindo pro meu pai... eu quero um sapatinho de verniz, de pulseirinha... eu falava!”. Conseguiu, e Ela vivia alisando o sapatinho, porque era verniz, e tinha que estar brilhando. Ela tinha cerca de oito anos! Trata-se de uma época em que presentes assim eram ganhos, somente no Natal! O padroeiro de Piraí é o Menino Jesus, e ai, com a festa e novenas, todo mundo se prepara para isto, “e ai meu pai me deu!”.

A rotina, antes de começar a trabalhar, logo que casada, foi de com carinho, levantar de madrugada para preparar o almoço para seu esposo, que era motorista do próprio caminhão, no transporte de madeira, para a Klabin. O ajudante tinha sua própria família, que preparava para ele!

 

NO CAMINHÃO, SEU ESPOSO LEVAVA A FAMÍLIA E VIZINHOS, PRA BACIA!

Uma lembrança engraçada deste tempo, era que ele enchia o caminhão de vizinhos, e levava o povo todo para a Bacia, estação de trem da Rede Ferroviária Federal (Após a Lagoa), com um riozinho usado para lazer! Na Rua aonde mora, por exemplo, o amigo em comum com este jornalista, Everaldo Moreira, e seu irmão Ezaquel, eram um deles, que se divertiam nesse passeio... a rua toda, lembra com alegria Dona Odete! Antes do Socomim, morava com a família dela, na Vila Osório, e seus vizinhos lá, também tiveram esse presente do Seu Jair! Nessa ida para a Bacia, eles antes davam uma passada em Harmonia, e se juntava à turma, um irmão de Odete, e um sobrinho, José Valdeniro, que trabalha na Prefeitura de Telêmaco. No trajeto desde a Rua Gama (em Harmonia), até o caminhão, numa das vezes, foi descalço, esquecendo o chinelo, e devido ao calor chegou com a sola do pé queimada! Recordando hoje, uma lembrança engraçada!

 

LEMBRANÇA DE CADA FILHO, AINDA CRIANÇA!

Ao que marcou cada filho, no caso, as três filhas e um filho, são essas as lembranças:

Ana Maria, a primogênita, não andava descalço quando era pequena! Costume que carrega desde sempre! “Desde pequenininha era de chinelinho, de sapatinho! Se tirasse o calçado dela, era ficava sentada! Não saia. Era uma marca... até hoje ela não anda descalço”. Já, de Ana Lúcia, uma traquinagem..., “na minha casa tinha a pia, e naquela época não tínhamos geladeira! Então, o feijão, por exemplo, a gente fervia todo o dia para não azedar. Eu guardava ali na pia a panela de feijão, e outras coisas, né? ... as panelas! Mas tinha o cantinho que eu deixava ali o caldeirão de feijão! Ela muito sapequinha, ia engatinhando ou andava, ela ia ali na pia, mexia no feijão e derramava tudo!”. Do filho Jande, o primeiro menino, “sempre muito bonzinho, acomodado, piá né! Os piás são mais malandros, mas ele sempre foi acomodadinho!” Mesmo que não fosse de brigar, marcou que dos vizinhos da frente, os irmãos do Everaldo, uma vez, eis que se agarram com Élcio, “e quando eu saio ali, os dois, entre nove e dez anos, agarrados ali, igual galinhos!”, mas não teve consequências... coisas de crianças! De Elizabete, a caçulinha, fora a época que a entrevistada havia voltado a lecionar e a filha ficava mais com a sogra, que morava coladinho, do lado, “minha sogra foi uma mãe pra mim, também”. Dona Ana Diniz ajudou a cuidar das crianças enquanto ela fazia a Escola Normal. “Muita gente conhecia ela!”. A Elizabete gostava muito de sarau, e o pai, com muito cuidado, até que o irmão, que era mais velho que ela, a levava! “Ela ficava boazinha, engraxava o sapato dele, arrumava ele!”.

 

AMOR À TELÊMACO!

Respondendo a importância de Telêmaco em sua vida, falou que valoriza muito, pois “quando eu casei, e vim pra cá, e era uma pessoa nova, não é! Depois eu consegui estudar novamente, me formar. Trabalhei, hoje sou aposentada, e devo muito também ao Seu Carlos (Hugo), que na época, mudou a nossa cidade, que a gente lembra muito dele, que ele foi um bom prefeito”. Falou de manias de se falar mau da cidade que se mora, ou se nasceu, não sendo isso afável, pois tem amor declarado à Capital do Papel, e que também as coisas serão positivas ou negativas, dependendo muito do jeito que cada um vive!

O carinho com que os filhos cuidam dela, jamais poderia ser esquecido! Disse da felicidade que é!

 

A ÁRVORE GENEALOGICA:

Desde já, uma novidade: O nome de um dos filhos da primogênita, Ana, é `Paulo Ricardo, e sim, ela escolheu em razão de Paulo Ricardo, do RPM, que esteve, aliás, em Telêmaco!

1ª) ANA MARIA DINIZ, viúva, que tem os filhos Paulo Ricardo (Casado com Valéria, e pai de Robledo e Danuzi) e Ana Karoline.

2ª) ANA LÚCIA DINIZ: Solteira.

3º) JANDE AURÉLIO DINIZ: Que é casado com Rosana, e tem quatro filhos, sendo: Caíque (Casado com Luana); Emanueli (Casada com Bruno); além de Nicole e Ígor.

4ª) ELISABETH: Divorciada, mãe de Marcelo Júnior (Casado com Fran, e que tem a filha Marcela); Pedro Henrique (Casado com Íngrid), e Gabriely (separada, e tem a filha Lavínia)

Ou seja, além de filhos e netos, a querida Dona Odete é bisavó de Marcela e Lavínia.

 

O CARINHO PELO BAIRRO SOCOMIM

Ela antes morou na Vila Ozório, e depois veio para aonde mora hoje. Citou o Bairro Socomim, com bastante carinho, e disse que nele se encontra praticamente de tudo, que “já virou centro, o Socomim”. Não poupou elogios: “Gosto muito daqui!”.

 

E O RECADO ÀS MÃES?

“A mensagem, é que todas as mães, sejam felizes juntos com seus filhos! Que neste (Dia das Mães) nenhuma mãe passe longe de seus filhos! A gente sabe que muitas vezes não dá certo dos filhos estarem juntos, mas que Deus abençoe todas elas, e que Deus abençoe os filhos também, que sempre estão fazendo o possível para estarem juntos com as mães! Que nem uma mãe derrame lágrimas pelos seus filhos!”.

Em homenagem àquela que lhe deu, pela primeira vez, o título de Mãe, falou o nascimento da filha Ana Maria, a primogênita: “O primeiro chorinho, né, pois quando nasce, a gente se emociona é com aquele chorinho do bebê, e depois vem as emoções seguintes, de ser Mãe, e a gente sabe que é uma responsabilidade, né? Eu fui mãe com 20 anos... com 20 anos eu ganhei a Ana Maria!”. Um dado bem bonito, foi que seus quatro filhos, foram partos, normais, e com parteiras, em casa! A filha era esperada, pelas contas da futura mamãe, do dia 18 de abril, em diante... mas ela fez a páscoa do ano de 1960, se tornar ainda mais especial, pois nasceu nessa comemoração, sendo, ao invés de ovinhos de páscoa, a graça de Deus da primeira filha, seu grande presente, assim como são, os demais filhos!

A entrevista foi encerrada com ela, agradecendo à Deus, “por a gente estar aqui nesse momento! Eu já estou com 85 anos, bem lúcida, graças à Deus, com saúde, graças à Deus!” Pediu a bênção de Deus aos munícipes, aos familiares, aos amigos, (a este jornalista), e aos alunos. Falou que fica muito orgulhosa, quando pessoas que ela nem conhece mais, “grita... o professora Odete! É uma alegria, porque eu não perdi o título ainda, de professora!”. Num clima bem descontraído, foi descoberto que o time de futebol que ela torce, é o Palmeiras! Finalizou, saudando e agradecendo suas amigas professoras, “minhas diretoras do Costa e Silva, que eu amei muito também! Sinto muita falta delas, porque era uma vida ali juntas, né?... quase 30 anos juntas!”.

--