Oberekando faz aniversário e brinde é um diálogo com este querido
01/04/25 às 08:15:46) Os 11 anos de existência do Site Oberekando são comemorados com uma entrevista mais que especial. Lições de vida, a escola da vida, são de suma importância em tempos tão sombrios, quando muitas vezes os valores que dinheiro não compra, são deixados de lado. A conversa a seguir, mostra muito disso!
Roque Juliano dos Santos, ou ‘Seu Roquinho’, como é carinhosamente chamado, compartilha conosco seus 69 anos de vida. Daqui a quatro meses, passa a ser sexagenário! Pessoa bondosíssima, voz calma, e de uma humildade sem igual.
O Oberekando conheceu o caro Roque, nos momentos de manifestações públicas, como as Marchas para Jesus, e outras situações, e também, sendo a filha dele, Mahely, participante à época de adolescência, da mesma igreja que este colunista, bem como o filho, Matheus Talevi, nas coberturas, também à época, da Associação de Vôlei de Telêmaco Borba, a AVTB. Matheus continua a brilhar no Voleibol.
QUEM É, E DE ONDE VEIO?
Nascido em 20 de agosto de 1955, ele é bem popular na cidade toda. Reside no Jardim União, mas antes, era da Vila Esperança, até que houve o falecimento da mãe dele. Sua profissão, mecânico, mas que não exerce no momento.
Nasceu em Sengés, e veio para Telêmaco criança, e sua mãe trabalhava em Harmonia. Tanto seu pai quanto tios, vieram para a cidade, para cortarem madeiras para a Klabin, e era no machado! Eles moravam na Marinha! Ele trabalhava na casa de Péricles Pacheco, que era o diretor geral da Klabin, e fora o primeiro prefeito de Telêmaco, e depois, também deputado estadual. Também atuava na casa dos Drs. Alckimin, e dos Klabins, à Samuel, Horácio e Jacob! “Então a gente teve o privilégio de conhecer todas essas pessoas, dentro da diretoria deles. Uma vez eu estava trabalhando, ainda piazão, eu deveria ter uns 10 anos de idade, já estava trabalhando. Então a gente se criou... meus pais... não tive uma faculdade, numa escola, mas tive a faculdade da vida! Sabendo educação! Só quero o que é meu! Nunca mexi em nada, e nem de ninguém! Então procurei... eu trabalhava em casas de pessoas ricas... morei na casa de um coronel, em Curitiba, coronel Lúcio! Ele saía e eu ficava tomando conta para ele! E de lá, ele me levou até o 13º BIB (Batalhão de Infantaria Blindada), e lá fui ordenância do coronel Gani!”.
Ainda antes, ele trabalhou na casa de João Teixeira, em Harmonia, que era o contador de Péricles, segundo o entrevistado. Na casa de Teixeira, ele estava ajudando numa piscina, e chega um senhor, e Samuel Klabin sabia de quem se tratava. “’filho, você é empregado da Klabin?’. Eu falei, não senhor, eu trabalho aí pro seu Péricles, ao João Teixeira, Dr. Samuel Klabin, Dr. Horácio Klabin, pra eles ai! ‘Meu filho, à 1 hora (13 horas), preciso falar com você no Hotel Ikapê’”. E ele continuou a trabalhar, e a empregada, que mora, aposentada, numa casa de uma juíza perto do bondinho, lhe perguntou o que aquele senhor, idoso, lhe falara, apesar de que ela havia escutado, e disse ela, que se tratava do engenheiro Dutra, “que manda em tudo aqui na Klabin!”. Disse a empregada que se a esposa de Teixeira, Dona Edithe, ali chegasse, e soubesse que Dutra queria falar com ele no Ikapê, certamente ela antes, compraria uma roupinha para o entrevistado ir até ele, sendo que este estava até com roupa que havia mexido na piscina! Ao lá chegar, faltando uns 20 minutos para o meio dia, veio Fernando, que certamente gerenciava o hotel, e pediu que ele não ficasse ali na frente, porque iria chegar o Dr. Horácio, Jacob, engenheiro Dutra e Tereza! Falou com respeito, que Roque ficasse lá por trás, que depois o daria um prato de comida, sem saber que ele estava ali, por solicitação! Dutra perguntou ao funcionário, cadê Roque e falou que queria o levar para estudar no Rio de Janeiro, e iria perguntar a mãe dele, se ela autorizava! Quando o gerente viu Roque conversando com Dutra, cita ele, Fernando mudou de cor! Antes, claro, Dutra perguntou se Roque já havia almoçado e a resposta fora sim! “Ele não me maltratou, apenas disse que não poderia ficar ali!”.
Dos tempos da Klabin, e não muito distante, lembra do projetista Braga, ainda do Projeto Puma, que o viu quando estava pela última vez, na portaria da fábrica (Harmonia), procurando serviço. Isso, cerca de 10 anos atrás! Ele parou o carro, e disse: ‘O Roquinho... já almoçou?’, ao que ele respondeu ‘não doutor!’. “E aí ele falou ‘olha, esse cara aqui, o Roquinho, era para estar no Rio de Janeiro, era para ser um diretor formado! Mas, não sei porque ele não foi, mas hoje tá aí, mas é um cara bom!’
Outra pessoa citada por Roque foi o coronel Lúcio, que foi comandante dos Bombeiros, e que fora outro que o entrevistado tomou conta da casa dele, e foi ele quem o entregou no quartel, para servir: ‘tá aqui essa bênção aqui!’. Roque serviu, e foi da Primeira Turma de Fuzileiro!
SEU ROQUE DEU UMA PEQUENA FUGIDA, RECENTEMENTE?
Esses tempos o tal de Seu Roque, deu uma certa preocupação a todos que os querem bem, e são muitos, e cadê o homem? Havia meio que sumido! Entre os amigos e familiares, a preocupação em o encontrar!
Explicou que não conseguia firmar na igreja, e parou com a bebida! Disse que encontrou com uma amiga juíza, que perguntou pra ele do acontecido, e ele, que até andava as vezes gritando pela rua, respondeu a ela, que se tem um tempo para mudar! Nessa vez que deu essa desaparecidinha, uma pessoa que trabalha na Klabin e estava com sua esposa, viu o entrevistado nas imediações do calçadão em Ponta Grossa, e parou o carro, perguntando se era ele o tal de Roque, que estava sumido! “O senhor tá sem dinheiro e quer uma carona de volta pra Telêmaco?”, ao qual ele agradeceu e ficou ainda por lá, retornando em seguida, “e resolvi tomar uma atitude, voltando para a igreja!”.
Falando dos filhos, fez questão de citar que deve obrigação ao professor Nery Mangoni, que incentivou o filho dele, Matheus, no Vôlei. Também tem a filha Dayane, e Mayara, que é a primogênita. Também, Daiane e Lucas Gabriel.
LEMBRANÇA ENGRAÇADA
Dos tempos bons, lembra do hoje Dr. Marcos Bahena, professor, escritor e advogado, e seu pai, sapateiro já, na Lagoa, eles iam na casa de Sr. Pedro Araújo, pois tinha lá, muito caqui! Pedro era dono do açougue, do frigorífico da Lagoa. Tinha também o Chico Moreira, dessa época, e que Roque disse que deve uma pedra a ele (Obrigação). “Um cara muito legal, trabalhei com ele na florestal. Dentro da defesa, mexendo com fogo”. Na época do fogo, lá por volta dos anos 1969, Roque morava no 52, que era indo para Mauá, e era depois da Mina de Carvão. Dessa época, ele lembrou também de Joaquim Batista Ribeiro, que era pai de Beline! Voltando às lembranças de infância, naquele tempo, era meio que normal, matar passarinho, e com cetras!
Surpreendeu a resposta dele, dos presentes que ele jamais vai se esquecer que tenha ganho. O primeiro, foi a vaga na Klabin, dada pelo engenheiro Dutra, já acima citado. O segundo, uma surra dada por seu pai, pois quando foi para a casa de uma tia dele em Sengés, andou pegando uma balancinha (Balanço) velha que estava jogada no quintal, mas que não era dele... mas coisa de criança, e sem nenhuma má intenção! Nesse momento, volta a falar com merecido orgulho, do filho Matheus, de sua atuação no vôlei, e que é “um menino dinâmico, e que nunca mexeu em nada de ninguém”.
Ele é filho de uma família de cinco irmãos, sendo António que é pedreiro, e conhecido por Pelé; o mais velho, e que mora no Jardim Alegre, e muito querido na comunidade! Apenas os dois, vivos!
MUITA GRATIDÃO!
Um homem cheio de gratidão aos corações bondosos com ele, lembrou também de Dona Iná, que é sobrinha do ex-prefeito Carlos Hugo! Sr. Airton, também Bereza, foram citados por ele. Mauri Campos, e Amauri, das corridas!
Lembrou também de Dr. Roberto Klabin, que conheceu em tenra idade! E ele que falava com Roque: “Aqui é o Morro dos Bugres!”, se referindo a determinada localidade dentro da Fazenda Monte Alegre. O ex-assessor do prefeito Dr. Márcio, Wanderlei Carneiro, foi mais um lembrado por Roque, ainda do tempo que era também assessor do de Péricles! Dona Mariazinha Coraiola foi outra lembrança, e ela sempre o tratou com muito carinho, e sempre, na sua infância e juventude, ela fazia questão de dar um dinheirinho para ele! Também falou de Dr. Ricardo, esposo de Mariazinha e pai de Dr. André Coraiola. O Dr. Hamilton Nocêra e sua esposa Dra. Vilma, o Dr. Mário Nocêra foram lembrados! Outra boa recordação de Roque foi que Dr. Ricardo Coraiola arrumou um serviço para ele, pedindo para um engenheiro da Artenge, na construção civil!
Dessa boa época, lembrou que sua mãe colocava os materiais escolares em um bornalzinho, que era uma espécie de bolsinha de pano, e que hoje, os filhos tem do melhor, e não se interessam em estudar!
Retomando nomes de acampamentos da Klabin, que este jornalista não conhecia, o entrevistado citou Imbauzinho, Parma, Faisqueira, Espinho, Canivete Perdido. Roque, trabalhando na compostagem, na Klabin, citou ainda o Dr. Raul Speltz, bem como Geraldo, já falecido. Artur Adamoviski, dos tempos da Lagoa, fora outro citado!
Nos agradecimentos ao querido Seu Roque, ou Roquinho, como é mais conhecido, por ter aceito ser entrevistado especial dos 11 anos do Site Oberekando, foi registrado abraços à esposa dele, Dona Sandra Talevi dos Santos.
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