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MARCOS ALVES CAMILO É ATLETA PARAOLÍMPICO DE TB
MARCOS ALVES CAMILO É ATLETA PARAOLÍMPICO DE TB

VALENTE NA VIDA, ELE É UM VENCEDOR!

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2017-08-09 às 21:22:38) Incluso no programa “Talento Olímpico do Paraná 2020”, nascido numa família de cinco irmãos e sendo o segundo mais novo, o entrevistado desta tarde de quarta-feira foi Marcos Alves Camilo. Ele, que acabou, na semana passada, de completar seus 44 anos (Dia 31), é casado com Géssica Dayane Correia Gonçalves Camilo.

Marcos sempre foi atleta em Telêmaco Borba, jogando Handebol, Futebol de Campo, e Futsal, inclusive pela seleção da cidade.

 

DA TRAGÉDIA, A RESIGNAÇÃO, QUE RESULTOU EM SUPERAÇÃO

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No dia 15 de novembro de 2005 um acidente de moto o fez perder os movimentos das pernas, ao ter lesão medular. Após dois anos parado, iniciou na Cia do Corpo, com professor kátio Sedlak, mas buscando antes de tudo, qualidade de vida. O professor Paulo Kray, que já havia trabalhado com pessoas com deficiência, “viu que eu tinha potencial e comecei a treinar para o halterofilismo”.   Ele lembra do dia trágico que um pouco mais de cinco da tarde do feriado fora encaminhado para Curitiba para fazer uma cirurgia da coluna. “Não pode parar né? O mundo não para. Você tem uma escolha: Você vai seguir em frente ou deixar com que o problema te derrube! Eu escolhi que ia continuar a vida e ia me virar de um jeito ou de outro”.

Dos 15 dias de internação na capital, lembra que quando chegava o médico em seu quarto, o via sempre rindo, levando o profissional a o perguntar, qual a razão, pois seu problema não era assim tão simples. Camilo respondeu: “Se eu chorar vai adiantar?”. Ele se recorda também que antes do acontecido, morava na Avenida Paraná e em seguida, fez as adaptações necessárias e voltou à casa da mãe.

 

O INÍCIO NO ESPORTE DE COMPETIÇÕES

Quando começou a competir, foi por uma equipe do Rio Grande do Norte: “Felipe foi o cara que me pôs no mundo paraolímpico”, referiu-se a este, que há um ano antes da Olímpiada e onde certamente conseguiria participação, morreu. Depois disso, ele já competiu por Londrina, Lages e atualmente por Maringá. Pela Cidade Canção é seu técnico, Gabriel Modesto.

Esta troca de um lugar pro outro, informou o atleta, é por aqui (TB) não existir uma associação de deficiente, na área esportiva.

MENSAGEM À FELIPE FILHO: “O Felipe Filho, que era treinador do pai (dele), hoje ele está treinando os outros meninos amigos nossos lá de Natal, que estão competindo no halterofilismo. Um abração pra ele. Que Deus dê força pra ele nessa caminhada. Sei que é difícil, mas ele (Felipe) está lá em um bom lugar, olhando por nós!”.

 

SEMANA DE TRIPLO DOURADO

Na semana passada Camilo, da Classe F 55, voltou com três ouros do Campeonato Paranaense da Caixa: Ele já é detentor dos três recordes: Peso, Disco e Dardo, mas a alto superação foi no Dardo, batendo sua marca pessoal. Lamentou, no entanto, não ter podido ir para a competição Regional Sul, e enumerou duas razões: Não estava tão bem de saúde e também por falta de patrocínio. Hoje ele faz parte da equipe do Instituto Terezinha Guilhermina, ‘a cega mais rápida do mundo’, e que também precisa de patrocínio. O segundo fato é, que por ser daqui, mas treinar por Maringá, isso impossibilita que a Prefeitura de Telêmaco o auxilie. Mas Camilo disse ser consciente que os trâmites legais têm que ser respeitados, quanto à limitação do Esporte local em poder ajudá-lo.

A participação que ele considera a mais importante, e que lhe rendeu vaga para o Brasileiro após três anos sem ter conseguido índice para tal, foi um Open Internacional na Argentina, na cidade de Resistencia Chaco: “e na minha última tentativa no Dardo, eu consegui índice para o Nacional”. Lembra com satisfação que fazia parte, por Lages, da equipe do professor Augusto.

 

PLANOS E COOPERAÇÃO ENTRE ATLETAS

É intenção dele, - após voltar de Brasília, onde vai para o Sara Kubistchek, local que faz tratamento, e viajará amanhã -, treinar com o professor Cleverson, de Londrina, que treina Edvaldo Silva, que é o melhor “dardeiro” do Brasil. Quanto a isso, disse que Silva o ajuda em todas as competições, seja dividindo quarto e um auxiliando o outro. “Ele tem uma deficiência que é do joelho pra baixo e ele se vira! Esse é como se fosse um irmão mesmo e a gente corre junto. Ele fala que eu estimulo ele, mas ele me estimula muito!” Essa relação de cooperação fica explícita, a exemplo da semana passada, quando Camilo ficou na casa de Edvaldo, lá posando e também treinando, e aproveitou para trocarem dicas: “Claro, ele compete de pé e a minha é sentado”. Importante observar que Cleverson já participou de duas olimpíadas.

Nesse sentido de união entre os atletas, o telêmacoborbense disse que pegou Edvaldo falando que se não fosse ele não haveria competição dos cadeirantes, “porque quando é a prova dos cadeirantes aqui no Paraná, eu levo minha cadeira e empresto pra todo mundo, porque eu quero que tenha mais atletas! Eu quero que o esporte cresça”. Esse sentimento é também em relação à Telêmaco. Hoje, aqui no município, ele treina com Alexandre Sikorski, mas na concepção de Camilo, se poderia montar um projeto, com a prefeitura, ou com entidade pública. Numa entrevista ao Oberekando com Adriana Belinski, na época a respeito da Associação dos Deficientes de TBorba, esta informou que quase cerca de 10% da população da cidade tem algum tipo de deficiência: “Cadeirante a gente quase não vê na rua, não é? Mas têm muito! Só que as pessoas, ou por vergonha, ou por falta de oportunidades, ou por falta de conhecimento, não correm atrás, não é?”, explanou o atleta.

 

A PARCERIA DA ESPOSA, TAMBÉM NO ESPORTE

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Como o professor tem de um ou no máximo dois dias apenas para treiná-lo e o correto são de cinco à seis dias no campo, “nós estamos negociando e provavelmente eu vou conseguir convencer ela”, se referindo ao pedido que fez que a esposa o treine. Géssica Dayane é a companheira dele para todas as horas. “Na Academia, em casa, porque têm as dificuldades do dia-a-dia e tenho muito o que agradecer à ela”. Ele tem a intenção de a levar à Londrina para que os professores Cleverson e Alexandre possam melhor treiná-la e o último, que é mais ligado ao basquete, nesse caso todos saem ganhando, porque conhecimento nunca é demais!   

O casal Camilo e Géssica competiu recentemente num campeonato em uma das academias de Telêmaco. “Ela foi campeã no Agachamento, e eu no Supino!”.

Quando voltar de Brasília, ele vai pedir uma reunião com o prefeito, e opinar em quem sabe uma associação filiada ao comitê Paraolímpico. “Eu sempre compito com camisa de Telêmaco. Não quis sair daqui para fomentar o esporte em Telêmaco. Erick Tobera, de Telêmaco, está brilhando na Natação, e competindo pela PUC, ao qual agora é funcionário dessa instituição também. Rodrigo Justus é outro grande exemplo. Um grande profissional e brilhando na área dele de Informática e desejando entrar no Esporte.

Ao finalizar, ele voltou a lembrar os exemplos de superação, como Adriana Belinski, Rodrigo, e Tobera. Desse último, assim se referiu: “Uma alegria, um orgulho pra nós. Começou aqui junto com nós, molequinho de tudo e hoje é um grande atleta”. Camilo se colocou à disposição de todos.

Neste campeonato último, ele teve a ajuda do Posto Jerusalém, do vereador Ezequiel Betim e de Luís Matos, que os auxiliaram no combustível para a competição: “Essa parece que não vai valer o índice, mas fiz meu melhor!”, falou, lamentando, mas com as três medalhas de ouro devidamente conquistadas!