Ele, na Natação, participará da Paraolimpíada de Tóquio. Orgulho à Telêmaco!
2021-07-13 às 12:28:43) Quando a mãe Daiane Gavlak viu seu pai, Vivaldir de Oliveira, instalar uma piscina para o netinho de dois anos de idade, Eric de Oliveira Tobera, que nascera de 6 meses de gestação e com paralisia cerebral, cuja sequela afetou seus membros inferiores, pensar um dia a ascensão esportiva do filho seria uma alegria! Mal sabia ela o grande prêmio por tanta dedicação e verdadeira lição de vida, que culminaria no dia 06 de julho último, com a oficialização da participação de Tobe, nas Paraolimpíadas de Tóquio, que se iniciam em uma terça-feira, dia 24 de agosto, e terão encerramento no domingo, 5 de setembro. Ele, que nasceu em 16 de dezembro de 1993, falou ao Oberekando com exclusividade, ao lado do técnico da Seleção Brasileira, Rui Menslin.
NOTICIA RECEBIDA COM SUSPENSE?
Receber essa notícia de que foi convocado para as Paraolimpíadas, o entrevistado disse que envolveu conjunto de situações: “Primeiramente eu tinha baixado de categoria! Ai eu ia participar da competição, manter o foco, e fazer o índice”. Perguntado quem lhe deu a notícia da classificação – de ter garantida a vaga, disse que foi o técnico. Explicou Rui, a pedido do Oberekando, se fez certo suspense: “Mais ou menos! Ele foi pra prova, terminou a prova, e daí com aquele óculos embaçado e tudo mais”, só depois foi verificar que sim, tinha feito sua parte”.
Ele disse que imagina a alegria que Telêmaco está, ao responder o Site, mas que ainda não se deu conta dessa grande proporção.
Comentado dos nomes que já levaram Telêmaco ao Brasil e mundo afora, como Queijinho (Futebol), Alex Jangada (Vôlei), Camila (Vôlei de Praia) e Murilo (Tênis), Ana Luíza Pires Lima (Ginástica) viu Tobera que é importante a questão da inclusão da pessoa com deficiência no esporte, e da dificuldade quando isso se dá em cidades do interior. Hoje, Telêmaco conta inclusive, com a Nadepar - Núcleo de Atividades e Desenvolvimento do Paradesporto.
SUPERAÇÃO
A história dele começou após superar-se de uma depressão profunda quando perdeu seu avô, em 2005. Sua família procurou uma academia, e a escolhida foi a do professor Klécius, a Coliseu, e lá, observando os braços de Eric, o professor Marcelo o perguntou se queria nadar e este respondeu que sim. As competições começaram já com o técnico Rui, em 2014, que foi o Regional em Curitiba, quando ainda era o Positivo.
FOCO
Atleta e treinador já estão faz uma semana no Centro de Treinamento. Rui explicou: “O objetivo de estar no Centro de Treinamento em São Paulo é justamente aproveitar a piscina de 50 metros, o ambiente, e ele já tem contato com os técnicos e atletas que estarão lá também. Alguns deles treinam aqui. Então já começa a integração deles na equipe, apesar de que já conhecem praticamente todos, mas o ambiente é diferente”, e a partir daí a rotina de preparação em todos os sentidos, tanto treinamento, como descanso, quanto alimentação, a partir do momento em que vier no dia 31, a convocação oficial, em São Paulo. Ontem à tarde, logo após a entrevista, fora feita uma avaliação biomecânica, aonde nesta, o treinador disse que é possível ser verificada alguma possibilidade de melhora no desempenho, e com muito otimismo disse que ele está bem, animado, gostando de treinar.
CONCLAMAR A TORCIDA
“Com muita alegria, venho convidar a todos, e especialmente todos os telêmaco-borbenses, paranaenses, para que assistam a Paraolimpíada, e não só a Natação, como todas as modalidades”, enaltecendo que você saberá o porquê de cada pessoa (competidor) estar ali, e que isso vale muito a pena, para poder se pensar de uma forma diferente”.
FAMILIARES
Quando foi lembrada da família do para-atleta, Rui disse que é necessário citar a avó, dona Gilda de Oliveira, e todos os demais: “As coisas acontecem a partir daí. Quando a família apoia... quando a família quer, é a base... a base familiar é muito importante, e o mérito é deles, por conduzi-lo e apoia-lo até aqui!”. A mãe e a avó, bem como a tia, são muito corujas, e quando no dia da comunicação oficial, a família, com todos os cuidados necessários de prevenção à Covid, se reuniu e em número pequeníssimo, de poucas pessoas, justamente por este motivo.
TELÊMACO-BORBENSES
“É um privilégio você ter na sua cidade, alguém que represente ela, no Estado, no País, e poxa, e agora vai pro mundo. É um privilégio enorme para a cidade... para o cidadão. E eu acho legal... se eles puderem acompanhar, torcer por ele”, conclamou Rui. Ele nada no primeiro dia, os 50 metros peito, no segundo dia nada os 100 metros livres, e terá dois dias de folga, que na verdade serão, conforme Menslin, usados para treinamento. Após, vem os 200 metros livres, que acrescentou o treinador, “é uma prova intermediária, para ele não ficar tanto tempo sem nadar”. Mais dois dias de folga, que na verdade treinará mais, e em seguida vem a prova que é sua principal especialidade, que são os 50 metros livres, que é no antepenúltimo dia, “ai depois..., ele está de folga”.
Eric se despediu; “Quero agradecer a todos vocês. Conto com a torcida de todos vocês e se Deus quiser vamos estar todos logos juntos ai, com o objetivo de subir no pódio, não importa qual lugar!”.
Deixou sua gratidão explícita à PUC, ao Clube Santa Mônica, e a IJO Medicina Esportiva, e também a Viva Mil. E ao seu técnico.
Nos agradecimentos que vieram de Rui, disse: “Temos que lembrar que o trabalho é desenvolvido em várias mãos, várias cabeças. Não é só o técnico, porque o Gian, é o outro menino que está à frente da Universidade”, além de acrescentar o fisioterapeuta, a psicóloga, nutricionista, preparador físico, e médico, “e sem essa equipe grande, a gente não consegue hoje, chegar num alto rendimento”.
Rui disse que não se pode olhar mais para a deficiência, e sim, acaba olhando para esse indivíduo – sinalizando Tobe, como é mais chamado Eric, entre a equipe e os amigos competidores. “Ele... ninguém mais percebe a deficiência dele... percebe o nadador, Ele atleta, Ele seleção Brasileira, Ele representante! E isso que é bacana dentro do esporte ”.
Agradecimentos à Thais, tia de nosso atleta, e irmã de Daiane, esposa de Rui, por toda intermediação, paciência e compreensão, por intermediar que esta matéria fosse possível!
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